CAMPEÕES DE ARRECADAÇÃO - Dos 33 candidatos à reeleição para a Câmara de Vereadores de Porto Alegre, Rodrigo Maroni (PR) foi quem mais recebeu dinheiro para a campanha:R$ 340 mil. Todo o dinheiro veio da direção nacional da legenda, provida pelo fundo partidário. Nenhum outro candidato do PR da Capital recebeu recursos do partido. Valter Nagelstein (PMDB) e Cláudio Janta (SD) arrecadaram, respectivamente, R$ 121 mil e R$ 116 mil sem qualquer ajuda de suas legendas. O vereador Elizandro Sabino (PTB) também captou mais de R$ 100 mil, sendo R$ 20 mil de recursos repassados pela direção estadual.
DIVISÃO EXCLUI NOVATOS - A distribuição do dinheiro do fundo partidário acirrou os ânimos no PDT. Candidatos preteridos reclamam dos critérios adotados na divisão do bolo. Os atuais vereadores receberam no mínimo R$ 11 mil do partido. Tesoureiro estadual do PDT, o vereador Márcio Bins Ely conseguiu para a sua campanha R$ 11,6 mil repassados diretamente da cúpula nacional e R$ 11 mil do diretório municipal.
PRIVILÉGIOS - Entre os novatos, Sonia D’Ávila, mulher de Nereu D’Ávila, presidente municipal do PDT, foi a candidata a vereadora que mais recebeu dinheiro do fundo partidário: R$ 13 mil, repassados pelo diretório da Capital. Nereu disse que o repasse de recursos atende a critérios da direção nacional do PDT, que privilegia mulheres e candidatos com maior potencial. Adriana Collares, filha do ex-governador Alceu Collares, recebeu apenas R$ 1,9 mil.
MÃO FECHADA - PT, PSOL, PC do B, Rede, PMDB, PPS e PSD não repassaram o dinheiro do fundo partidário a seus vereadores que tentam a reeleição.
FUNDO PARA POUCOS - Com a mudança da lei eleitoral, o fundo partidário ganhou mais importância no financiamento de campanhas. Os partidos têm autonomia para decidir a quem repassar. O Democratas, por exemplo, investiu pesado em dois de seus vereadores que tentam a reeleição em Porto Alegre. Reginaldo Pujol recebeu R$ 50 mil da direção nacional e Dr. Thiago (ex-PDT), R$ 70 mil. Dinho do Grêmio não recebeu qualquer quantia do partido.
DISPARIDADES NO PP - Na análise da prestação parcial de contas dos candidatos do PP em Porto Alegre, chama atenção a discrepância entre os valores repassados do fundo partidário a candidatos de potencial semelhante. Tarso Boelter, ex-diretor do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP), recebeu R$ 128 mil da direção nacional. Sua campanha é uma das mais caras entre os que não têm mandato. Já arrecadou R$ 152,8 mil. A suplente Mônica Leal, que concorre com o apoio de Guilherme Villela, recebeu somente R$ 3,4 mil do PP. Ao vereador João Carlos Nedel, o partido repassou apenas R$ 5,6 mil.