Incomodado com os nomes especulados para o ministério de um provável governo Michel Temer, o líder da bancada do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), afirmou nesta quarta-feira que políticos citados na Lava-Jato não podem assumir cargos no Executivo. Entre os cotados para ministros estão o presidente em exercício do PMDB, senador Romero Jucá (RR), e os ex-ministros Henrique Eduardo Alves e Geddel Vieira Lima, investigados e citados na operação da Polícia Federal.
– Nós cobramos isso em todos os governos e estamos cobrando do próximo. Houve toda uma mobilização nacional pelo impeachment por causa disso. Esse futuro governo deve ser de mudanças, não pode repetir os mesmos erros, a começar pelos envolvidos na Lava-Jato. Nomear investigados é um erro para lá de previsível. Creio que Temer levará isso em consideração – explicou Bueno.
Leia mais:
Oposição na Câmara rechaça PEC de novas eleições presidenciais
Líder do PPS vai à PGR pedir investigação de Rossetto
Sem mencionar nomes, o parlamentar paranaense afirma que quem é alvo de investigação deve se focar na própria defesa:
– Quem é alvo de inquérito ou foi denunciado pelo Ministério Público deve se concentrar na sua defesa e não no comando de um ministério.
A ideia é articular com outros partidos para dar força à ideia. Sobre a possibilidade de condenar antecipadamente os investigados, Rubens Bueno afirma que o político afastado será fortalecido se absolvido.
– Se mais não se provar nada contra os que agora estão sendo investigados, eles se fortalecem e podem assumir um ministério com toda a credibilidade. O que não dá é para, no atual momento, nomear ministros que já assumem envoltos em desconfiança. A sociedade continua atenta e não vai aceitar esse tipo de prática.
Do PPS, o senador Cristovam Buarque (DF) foi convidado para assumir uma pasta no governo Temer, mas recusou devido ao comprometimento com os trabalhos na comissão do impeachment da presidente Dilma Rousseff. O presidente nacional da legenda, Roberto Freire, deve assumir o Ministério da Cultura.