Há duas conclusões possíveis e imediatas sobre a decisão da Meta (dona do Facebook, Instagram, WhatsApp e Threads) de acabar com a checagem de informação em suas plataformas.
A primeira: na terra já normalmente sem lei das redes sociais, a empresa de Mark Zuckerberg se joga no abismo total da desinformação.
Depois de grande pressão pública e várias condenações, no passado, a Meta havia passado a contar com o apoio de organizações externas, como a Associated Press, a ABC News e o site de verificação de fatos Snopes, avaliadas pela International Fact-Checking Network, para examinar publicações potencialmente falsas ou enganosas e decidir se elas precisavam ser notificadas ou removidas.
Não que isso resolvesse completamente o problema da desinformação, porque os critérios adotados pela empresa nunca foram totalmente claros para publicar ou advertir sobre risco de "fake news", mas servia como algum filtro sanitário contra mentiras e boatos.
A segunda: Zuckerberg abraça o trumpismo às vésperas da posse do ex-presidente, no dia 20. Tudo isso em em um cenário de intensa pressão sobre o cada vez mais necessário jornalismo profissional americano.