O jornalista Vitor Netto colabora com o colunista Rodrigo Lopes, titular deste espaço.
Durante discurso de Ano Novo, o presidente da China, Xi Jinping, defendeu, entre promessas de avanços de macroeconomia e estabilidade da crise da Covid-19, a reunificação com Taiwan.
— O povo chinês de ambos os lados do Estreito de Taiwan é uma só família. Ninguém pode quebrar os nossos laços de sangue e ninguém pode impedir a tendência histórica para a reunificação da pátria —disse durante a sua fala.
Apesar de representar um momento conciliatório entre os dois territórios, há histórico de tensões.
Taiwan não é considerado um país, porém seu território é considerado uma província da China. O local é, historicamente, berço da resistência chinesa em oposição ao governo comunista.
Nos últimos anos, Xi fez uma grande iniciativa militar e diplomática para intensificar os esforços para reintegrar Taiwan à China, o que conta com resistência do povo taiwanês.
Ainda há um outro cenário: o discurso ocorre poucas semanas antes do republicano Donald Trump assumir pela segunda vez a presidência dos Estados Unidos.
Oficialmente, os EUA não reconhece Taiwan como um país, porém são parceiros estratégicos dos americanos, além de importantes fornecedores de armas, e Xi sempre expressou preocupação com a influência americana sob a ilha.
Trump prometeu, ainda durante campanha, novas políticas de importação endurecendo tarifas dos chineses, o que ocasionaria em mais distanciamento entre a China e Taiwan.