A prefeitura está brincando com a paciência dos porto-alegrenses que, a cada chuva, revivem o trauma de maio de 2024. Lá se vão sete meses desde a maior tragédia climática da história da Capital e, a depender do que se observou no domingo, seguimos vulneráveis. Se a conjunção climática que fez despencar do céu o aguaceiro de maio se repetir, Porto Alegre vai voltar a submergir.
Na manhã de segunda-feira, recebi ligações de colegas jornalistas do centro do país perguntando se as cenas da Rodoviária debaixo d'água, que lotavam àquela altura as redes sociais, eram atuais ou antigas. Poucos acreditaram quando eu lhes disse que eram de agora. Não apenas o terminal de ônibus voltara a alagar. Também áreas do Centro Histórico, da Cidade Baixa, do Menino Deus e do Quarto Distrito encheram-se. São os mesmos lugares icônicos do dilúvio de maio.
Em novembro, Porto Alegre foi exemplo no mundo durante a COP29, em Baku, de um lugar que já sofre os efeitos das mudanças ambientais. A prefeitura apresentou cases e exibiu ferramentas digitais que ajudarão na prevenção às ameaças climáticas. São importantes. Mas o tema de casa precisa ser feito. Solução imediata para a energização das casas de bombas e limpeza de bueiros são urgentes.