Potência hegemônica do sistema internacional, ainda que cada vez mais questionada, os Estados Unidos costumam ser fiadores da paz ou da guerra. Por isso, a eleição americana costuma mover as placas tectônicas da geopolítica.
Os primeiros impactos da vitória de Donald Trump, eleito 47º presidente da história dos Estados Unidos, serão sentidos nas guerras entre Rússia e Ucrânia e no Oriente Médio.
O republicano costuma se gabar de que, com seu suposto poder de persuasão, irá impor a paz. Mas a verdade é que, ao cessar o apoio financeiro e bélico americano à resistência na Ucrânia, selará o destino do país europeu. Vladimir Putin ganhará a guerra, provavelmente consolidando a anexação dos territórios ucranianos já ocupados, no leste do país.
Outro beneficiário da volta do republicano à Casa Branca será Benjamin Netanyahu. Também próximo de Trump, o primeiro-ministro israelense deve receber carta verde para seguir com as operações militares na Faixa de Gaza e no Líbano. Joe Biden prestava um apoio comedido (por vezes crítico) a Israel. A vitória de Trump, inclusive, pode aprofundar o conflito para o Irã. Foi no último ano da primeira gestão Trump, inclusive, que o governo americano decidiu pela eliminação do general iraniano Qassem Soleimani. O republicano, agora, pode terminar o serviço - leia-se, mudança de regime. Não sem sangue.