O jornalista Vitor Netto colabora com o colunista Rodrigo Lopes, titular deste espaço.
Apesar de já ter iniciado nos últimos dias, um ato às 17h no sábado (30) marcará oficialmente o início das obras do Assentamento 20 de Novembro, no bairro Floresta em Porto Alegre.
Localizado na rua Barros Casal, 161, o prédio, que pertencia ao patrimônio da União, será convertido em um conjunto habitacional sustentável para 40 famílias de baixa renda, por meio do Programa Minha Casa, Minha Vida – Entidades.
Os novos moradores do imóvel, que estava abandonado há 50 anos, são do Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM) e da Confederação Nacional das Associações de Moradores (CONAM), que lutam há 18 anos por uma moradia na capital.
O assentamento foi resultado de um processo de negociação com o governo federal finalizado em 2016, quando a Cooperativa 20 de Novembro, entidade organizadora e responsável pela obra, recebeu a concessão do direito real de uso do prédio abandonado. Em 2018 a obra estava com licenciada, porém em 2019 com a mudança de governo as tratativas para do programa habitacional foram travadas.
Neste ano, o processo foi retomado e em outubro foi assinado pelo Ministério das Cidades e pela Caixa para a reforma como moradia popular.
— É o projeto da minha vida. São 18 anos e agora mais dois anos de obra, são 20. Um sentimento que compartilhamos, de estar construindo um projeto que não é só a nossa casa, é uma experiência de um projeto habitacional, que representa aquilo que defendemos como política habitacional. Também pensar a geração de renda, é pensar a questão ambiental. A questão das crianças, a questão do lazer, a questão do cuidado — explica Ceniriani Vargas, coordenadora estadual do Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM), que irá morar junto as suas duas filhas no local.
Conforme Ceniriani, a Cooperativa não é apenas habitacional, mas também de trabalho, desenvolvendo frentes de no setor de costura, cenegrafia, alimentação e artesanato.
Como será a obra
Serão dois anos de construção. A Caixa disponibiliza o financiamento e a Cooperativa é a responsável pela gestão da obra.
— É um projeto que prevê também uma questão de sustentabilidade ambiental. Prevê a questão das placas fotovoltaicas para energia solar, além de cisterna para o reaproveitamento da água da chuva. Também terá horta comunitária de orgânicos, espaços de trabalho, infantil, biblioteca, cultural e a área externa. São espaços de uso coletivo — afirmou Ceniriani.