O jornalista Vitor Netto colabora com o colunista Rodrigo Lopes, titular deste espaço.
A Stop Hate Brasil, organização dedicada a promover a prevenção da radicalização online, realizou um levantamento em que identificou 16 mil publicações de cunho antissemita no X.
O período de análise foi de oito meses, desde o atentado de 7 de outubro de 2023, quando o Hamas atacou Israel, até julho de 2024.
— Diversos estudos indicam que o antissemitismo é a porta de entrada para a radicalização das pessoas. Preocupados com o potencial de risco, iniciamos a pesquisa — explica a coordenadora da pesquisa do Stop Hate Brasil, Michele Prado.
A metodologia utilizada foi de palavras chaves e expressões como apologia ao nazismo, a Hitler, terrorismo e antissemitismo, entre outros termos.
— Também está crescendo a utilização de proxy. Então, no lugar de escrever "judeu", a pessoa troca por "sionista" ou outros termos. São modificações para evadir das políticas das plataformas.
Michele ressalta que, durante o levantamento, foi verificado quais publicações realmente se tratavam de antissemitismo e quais eram críticas legítimas ao governo de Israel.
Com as publicações analisadas e arquivadas, o material está sendo encaminhado para a Polícia Federal (PF):
— Alguns já estão com investigação em aberto. O antissemitismo é considerado um crime de racismo. Então é imprescritível e inafiançável.
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