O jornalista Vitor Netto colabora com o colunista Rodrigo Lopes, titular deste espaço.
A freira Rosita Milesi, natural de Farroupilha na serra gaúcha, foi laureada com o Prêmio Nansen, principal condecoração da Agência das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) — órgão ligado à ONU — pelo seu trabalho desenvolvidos com refugiados no Brasil. A cerimônia ocorreu nesta segunda-feira (14), em Genebra, na Suíça.
Rosita dirige o Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH), agência humanitária que criou em Brasília em 1999. A instituição realiza atendimento jurídico e social, acolhimento humanitário e de integração social e de mercado de trabalho para migrantes e refugiados em território brasileiro.
— Ela é uma lenda para muitos do Acnur. Muitos dos meus colegas a seguiram. Admiramos sua coragem e liderança. Ela é católica, agente social, advogada e ativista. Podemos resumir ela como uma irmã. E uma irmã cuida. Rosita ajuda a encontrar a solução — afirmou Filippo Grandi, atual Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados.
Em seu discurso, Rosita compartilhou a premiação com todos os atores que fizeram parte da sua caminhada ao longo dos mais de 20 anos de trabalho do Instituto.
— Uma certeza eu tenho, é que o caminho se faz caminhando e nossos passos são mais determinantes se estamos convencidos da nossa missão – disse. — Sinto-me feliz em dizer que não estou cansada de lutar por essa causa, sempre em favor dos refugiados ou deslocados — completou.
Rosita também mandou um recado aos líderes mundiais, que busquem diálogo e paz.
— Deixem me fazer um pedido a aqueles que estão no poder e que usam ele com armas para destruir, para que substituam o respeito e diálogo em busca da paz. Quanto mais tempo vamos ver vítimas, crianças sendo mortas ou definhando de fome em um mundo tão grande de recursos e possibilidades? Minha orações para as crianças refugiadas, para aquelas que não podem chorar ou sorrir, porque a vida foi tirada — afirmou emocionada.
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