O jornalista Vitor Netto colabora com o colunista Rodrigo Lopes, titular deste espaço.
O presidente Lula iria comparecer durante esta semana à Cúpula do Brics, contudo, após um acidente doméstico, não irá à Rússia e participará por meio de videoconferência.
Fundado em 2009 por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o grupo admitiu, em 2024, a entrada de Arábia Saudita, Egito, Irã, Etiópia e Emirados Árabes, tanto que essa edição será a primeira reunião após a ampliação da cúpula. E esse será o grande assunto do encontro.
Recentemente, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) informou que será discutido a criação de uma nova categoria: “países parceiros”, destinada a Estados emergentes que querem entrar no grupo. Há cerca de 30 candidatos com intenção de incorporação.
Apesar de o MRE afirmar que não indicará nenhum país, Lula defendia a entrada de Colômbia e Angola e também apostava na indicação de Bolívia e Cuba. A Venezuela ganhou recentemente o apoio de China, Rússia e Irã, países que reconheceram a vitória de Nicolás Maduro – o Brasil não reconhece.
Além disso, outros assuntos que rondarão o evento são: crise no Oriente Médio; cooperação política e financeira; andamento dos trabalhos do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) – conhecido como o banco do Brics; atuação do Conselho Empresarial do grupo; a redução da dependência do dólar no comércio exterior; e fortalecimento de instituições financeiras alternativas ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Além disso, o presidente defendeu, recentemente, a criação de uma moeda única para comércio entre os países. Em 2025, o Brasil assumirá a presidência do grupo.
O grupo
O Brics, inicialmente formado pelos cinco países, tem o objetivo de cooperação para avanços no desenvolvimento socioeconômico e crescimento de suas economias, ou seja, tem papel de mecanismo internacional. Dados de 2023 do instituto de pesquisas do Reino Unido, Acron Macro Consulting, o grupo chega a representar 31,5% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e 41% da população do mundo.
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