Depois de enfrentar sua maior tragédia climática, em maio, Porto Alegre irá contar com 10 novos sensores para medir o nível do Guaíba e dos arroios da cidade. Atualmente, existe apenas uma régua de medição do lago que banha a Capital, localizada próximo à Usina do Gasômetro e operada pelo governo do Estado.
A partir da instalação dos novos instrumentos, Porto Alegre contará, ao todo, com 11 aparelhos — esses novos serão operados pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus). Os instrumentos, mais modernos, serão contratados da empresa Helper, que vai fazer a manutenção dos instrumentos.
Os pontos onde serão instalados ainda são debatidos pelo secretário Germano Bremm com os técnicos da secretaria e a Defesa Civil municipal. Os locais devem ser anunciados na quarta-feira (28), em coletiva para a imprensa. Além do Guaíba, importantes cursos d'água, como o Arroio Dilúvio e os localizados na Zona Norte devem ser contemplados.
— Estávamos muito dependentes de órgãos estadual e federal e teve uma série de imprecisões durante a enchente. A chuva atinge a cidade e por isso a gente evolui, com essa tecnologia que identifica o risco e faz esse alerta de forma automática para o centro de monitoramento que estamos construindo na secretaria — explicou Bremm à coluna.
Além dos equipamentos de medição do Guaíba e arroios, outros 10 aparelhos ficarão em terra. São sistemas com detector digital de vibrações (deslizamentos), medição de precipitação por sensor óptico (chuva), estações meteorológicas (temperatura, radiação solar, velocidade do vento), e de alerta e câmeras. Nos aparelhos, haverá alto-falantes, com capacidade de informar a população, por exemplo, para o caso de evacuação.
— Teremos uma maior precisão da quantidade de chuva, os índices pluviométricos e fluviométricos — disse Bremm.
O valor do investimento é de R$ 2,4 milhões. A previsão de início das operações é novembro.
A secretaria também está contratando um órgão para fazer um Plano de Preparação e Mitigação de Desastres Climáticos. A organização responsável será o Iclei, uma rede global que presta consultoria a Executivos municipais sobre desenvolvimento urbano sustentável. O contrato para a elaboração do plano é de R$ 350 mil.
O plano deve conter ações de prevenção, preparação, mitigação, e resposta a eventos extremos, como o estabelecimento de rotas de evacuação, realocação de pessoas, logística e mantimentos, por exemplo.
As ações da secretaria atendem às recomendações do relatório feito por pesquisadores holandeses, que estiveram no Estado em junho para avaliar o sistema de proteção da Capital.
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