Você deve ter visto a polêmica em torno do novo mapa-múndi divulgado pelo IBGE - inclusive minha colega Juliana Bublitz fez uma importante reflexão a respeito da polarização em torno do assunto.
E se o centro do mundo fosse Porto Alegre? Como ficaria o mapa?
A provocação é do professor Jefferson Simões, um dos principais glaciologistas brasileiros e grande pesquisador da Antártica. A imagem acima foi produzida a partir da projeção azimutal - a projeção cartográfica obtida sobre um plano tangente a um ponto qualquer da superfície terrestre que ocupa o centro da projeção.
Perguntei ao professor Simões, da UFRGS, se essa era uma "brincadeira comum", colocar qualquer lugar do mundo no centro do planeta.
- Na verdade, nem dá para dizer que é uma brincadeira no caso da visão em perspectiva do Rio Grande do Sul quanto ao seu entorno. Se quisermos entender o clima do Estado, temos que olhar para seu entorno, e essa perspectiva deixa claro que o Cone Sul (incluindo o RS) tem forte influência oceânica da Antártica - disse.
Aliás, Simões explica que o mapa-múndi, como divulgado pelo IBGE, é pouco usual, mas correto também.
- São maneiras diferentes de deformar um globo em duas dimensões.
Ele acrescenta que essa "brincadeira" de colocar um determinado país no centro é uma forma de mostrar como podemos representar de maneira diferente conforme os objetivos e intenções.