Qual país daria asilo a Jair Bolsonaro, caso o ex-presidente fizesse o pedido?
Pelo Direito Internacional, todos os que têm relações diplomáticas com o Brasil, e, logo, que mantêm representação diplomática, em território brasileiro.
Provavelmente, Bolsonaro seria abrigado em uma embaixada com facilidade, caso formalizasse solicitação de abrigo, alegando perseguição política - como qualquer cidadão brasileiro.
Porém, vale lembrar, no Brasil, vigora o Estado democrático de Direito, e seria muito difícil a um solicitante respondendo a processo legal, dentro dos trâmites da Justiça, justificar o pedido. Teria de provar perseguição política. Afinal, acusações de crimes devem ser respondidas dentro do país e segundo suas leis.
No entanto, com alguns governos "amigos" seria mais fácil comprovar perseguição política, no caso de Bolsonaro.
Por isso, vale a pergunta: se não a Hungria de Victor Orbán, a quem Bolsonaro pediria asilo? Isolado internacionalmente, por gestos e omissões durante seu mandato, o agora ex-presidente não teria muito a quem recorrer.
A Argentina, do aliado Javier Milei, seria o destino óbvio, porém, muito perto do Brasil. Israel, de Benjamin Netanyahu, seria outro país "amigo", porém, esse se incomodaria com os Estados Unidos, tradicional aliado - e com um governo democrata, neste momento, no poder na Casa BRanca.
Sobrou a Hungria.
Orbán foi um dos poucos líderes internacionais presentes na posse de Bolsonaro, em janeiro de 2019 - Netanyahu também veio. Os dois têm afinidades ideológicas e já trocaram palavras afáveis em diversas vezes. Inclusive antes de Bolsonaro se esconder na embaixada, Milei, expoente da extrema direita no Velho Continente, questionado em várias ocasiões por suas políticas de violações aos direitos humanos pela própria União Europeia (UE), publicou uma foto com o ex-presidente incentivando-o a "continuar lutando": "Um patriota honesto", escreveu em 8 de fevereiro.