No dia em que Porto Alegre completou 252 anos, um estudo coloca a capital do Rio Grande do Sul em oitavo ranking que leva em consideração dados como renda, saúde, saneamento, segurança pública e igualdade de gênero.
O Mapa da Desigualdade entre as Capitais Brasileiras é elaborado pelo Instituto Cidades Sustentáveis (ICS) e leva em conta os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. No quadro geral, as outras duas capitais da Região Sul, Curitiba e Florianópolis, ficaram, respectivamente em primeiro e segundo lugar.
A pesquisa mede condições sociais entre as 26 capitais estaduais brasileiras — Brasília não aparece no levantamento.
Dos 40 indicadores, Porto Alegre ficou em primeiro lugar em quatro. São eles maior "idade média ao morrer, 72 anos, que ajuda a compor o objetivo de saúde e qualidade (ODS3); maior presença de vereadoras na Câmara Municipal (30,5%) e razão entre a taxa de realização de afazeres domésticos de mulheres e homens (0,963). Esses dois conformam o objetivo "igualdade de gênero" (ODS5); e "População atendida com serviço de água" (100%), que entra no quesito "água potável e saneamento" (ODS6).
A capital gaúcha não ficou em última colocação em nenhum dos 40 indicadores. Mas em dois deles aparece em penúltimo lugar, o que deve servir como alerta.
Um deles é a taxa de mortalidade por suicídio (9,514 por 100 mil habitantes). A última colocada foi Campo Grande (MS). Porto Alegre também ficou em 25º lugar entre as 26 capitais no indicador "Razão do rendimento médio real entre negros e não negros, atingindo valor 0,457 (o ideal é 1). A última posição ficou com Fortaleza, no Ceará.
Veja os principais dados.
Pontuação geral
As posições, segundo pontuação
1º Curitiba (PR) 677
2º Florianópolis (SC) 672
3º Belo Horizonte (MG) 615
4º Palmas (TO) 607
5º São Paulo (SP) 594
6º Vitória (ES) 590
7º Cuiabá (MT) 583
8º Porto Alegre (RS) 580
9º Goiânia (GO) 578
10º Campo Grande (MS) 549
As melhores e as piores capitais
População abaixo da linha da pobreza (%)
Melhor indicador – Florianópolis (1% da população)
Pior indicador – Salvador (11% da população)
Desnutrição infantil
(% de crianças menores de 5 anos desnutridas)
Melhor indicador – Teresina (0,44%)
Pior indicador – Salvador (4%)
Gravidez na adolescência
(% de nascidos vivos de mães com 19 anos ou menos)
Melhor indicador – Florianópolis (5,6%)
Pior indicador – Macapá (18%)
Idade média ao morrer
(média de idade das pessoas que faleceram, de acordo com o local de residência)
Melhor indicador – Belo Horizonte e Porto Alegre (72 anos)
Pior indicador – Boa Vista (57 anos)
Pessoas sem instrução e fundamental incompleto ou equivalente (%)
Melhor indicador – Florianópolis (13,7%)
Pior indicador – Maceió (30,8%)
Presença de vereadoras na Câmara Municipal (%)
Melhor indicador – Porto Alegre (30%)
Pior indicador – Campo Grande (3,5%)
Desigualdade de salário por sexo
(razão do rendimento médio real das mulheres sobre o rendimento médio real dos homens)
Melhor indicador – Macapá (0,97)
Pior indicador – Campo Grande (0,64)
Razão do rendimento médio real (negros / não negros)
Melhor indicador – Palmas (0,88)
Pior indicador – Fortaleza (0,42)
População atendida com esgotamento sanitário (%)
Melhor indicador – São Paulo (100%)
Pior indicador – Porto Velho (5,8%)
Taxa de desocupação (desemprego)
Melhor indicador – Campo Grande (3,4%)
Pior indicador – Salvador (16,7%)
Domicílios em favelas (%)
Melhor indicador – Campo Grande (1,4%)
Pior indicador – Belém (55%)
Indicadores Brasil
77 anos é a esperança de vida ao nascer (2021)
68,3% é o percentual de domicílios com ligação à rede geral ou fossa ligada à ede de esgoto (2018)
10,1 anos é o tempo médio de estudo dos brasileiros (2022)
29,4% é a proporção de pessoas em 2021 viviam abaixo da linha da pobreza no Brasil, ou seja, com renda inferior a US$ 5,5 por dia
R$ 2.799 é o rendimento médio mensal domiciliar per capita no Brasil (2023)
658 prefeitas eleitas em 2020. Isso representa 11,82% do total de chefes do Executivo
26,1% dos 513 deputados e deputadas eleitos em 2022 são negros e negras
91 mulheres foram eleitas em 2022 para a Câmara dos Deputados. Isso representa 17,7% do total de parlamentares
A íntegra do estudo está disponível aqui