Depois da confirmação da entrada do Brasil no grupo expandido da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, o chamado Opep+, o Greenpeace, organização internacional de defesa do ambiente, se manifestou dizendo que "o Brasil diz uma coisa, mas fez outra".
- É inaceitável que o mesmo país que diz defender a meta de limitar o aquecimento global em 1,5ºC, agora esteja anunciando o seu alinhamento ao grupo dos maiores produtores de petróleo do mundo - afirmou o diretor de programas do Greenpeace Brasil, Leandro Ramos.
Ele acrescentou que ainda não há detalhes de como será esse grupo ampliado da Opep. Mas que, o antecedente do clube, permite sugerir os objetivos.
- Sabemos que a Opep funciona como um cartel para influenciar o preço internacional do petróleo por meio do controle da oferta. Por isso, anunciar a entrada do Brasil na organização em pleno ano de 2023, enquanto deveríamos estar preocupados em acelerar a transição energética do país e criar planos para eliminar os combustíveis fósseis progressivamente, é uma decisão completamente equivocada e perigosa, além de ser uma maneira errada de começar a construir pontes para a COP30, que acontecerá em Belém, em 2025 - afirmou.
A confirmação da entrada do país na Opep+ foi feita pelo presidente Lula, neste sábado (2), em evento na COP28, em Dubai. Na ocasião, Lula comparou a participação brasileira no grupo à atuação no G7, o clube das maiores economias do mundo).
- É que nem eu participar do G7. Participo do G7 desde que ganhei para presidente da República. Eu vou lá, escuto, só falo depois que eles tomam a decisão. E venho embora. Não apito nada - disse.
Segundo Lula, o papel do Brasil na Opep+ será o de convencer os grandes produtores de petróleo a se prepararem para a transição energética e para o fim dos combustíveis fósseis. Ele acrescentou que o Brasil tem feito a sua parte e, por isso, pode cobrar outros países.
No discurso de abertura da COP28, Lula, perante os líderes internacionais, afirmou que era necessário reduzir o uso de combustíveis fósseis como passo fundamental para conter o aquecimento global.
