Com a experiência de quem lutou três vezes na Faixa de Gaza, um ex-militar israelense dá pistas das estratégias sobre a mesa do governo para responder aos atentados terroristas de sábado (7). O homem, que prefere não se identificar, afirma que a prioridade das Forças de Defesa de Israel seria neste momento neutralizar a ameaça de ainda haver combatentes inimigos dentro das fronteiras.
Até terça-feira (10), terroristas mantinham uma família refém no kibutz de Beeri. Por isso, o exército está empreendendo uma operação de casa em casa, levantando bueiros e removendo arbustos para garantir a inexistência de células adormecidas quando o país voltar à rotina.
Essa fase seria finalizada até sexta-feira (13), pelos cálculos do ex-militar. Ele reconhece, entretanto, o temor de ser dragado para lutar em duas frentes — além da Faixa de Gaza, também no norte israelense.
— Seria um erro e quase uma ameaça existencial ao Estado de Israel — afirma.
Com "boots on the ground", no jargão militar "botas no terreno", em Gaza, o Hezbollah abriria uma nova frente, no norte, com bombardeios, obrigando Israel a readequar o efetivo.
— Quando a gente invadir por terra (Gaza), vai chover foguete. Toda essa população vai estar no bunker, não vai ter internet boa, os supermercados vão estar vazios - prevê.
Por isso, ele acredita que, nesse caso, seria importante a presença do porta-aviões americano na região. Os EUA já deslocaram o USS Gerald R. Ford para Israel.
Outra tática, executada na Guerra dos Seis Dias, é do efeito surpresa. Israel, antevendo possível invasão preparada pelo Hezbollah, atacaria antes. Eliminaria o grupo terrorista libanês antes de invadir Gaza.
A opção 3 está ligada à 2. Eliminar o Hezbollah atrairia o Irã para o conflito, uma vez que é seu financiador.