Caía uma forte chuva sobre Tel Aviv na noite deste sábado (14), quando os próximos passos da guerra de Israel contra o Hamas eram delineados. Um comunicado de imprensa dá conta que o país aparentemente está pronto para iniciar, a qualquer momento, a incursão terrestre.
O texto, divulgado a jornalistas credenciados no chamado Government Press Office (GPO), afirma que Israel está completando a mobilização de “centenas de milhares de militares” para pôr em marcha “uma ampla gama de planos operacionais ofensivos, que incluem um ataque integrado e coordenado por terra, mar e ar a Gaza”.
No comunicado, as Forças de Defesa de Israel, nome oficial das forças armadas israelenses, dizem que estão mobilizadas em todo o território do país “para aumentar a preparação para as próximas fases da guerra, com ênfase em uma importante operação terrestre”. As forças dizem que puseram em ação centros de logística avançada para que os soldados possam ter acesso rápido aos equipamentos de que precisam.
A engrenagem parece estar pronta: 300 mil reservistas foram chamados de dentro e de fora do país, centenas de caminhões de logística são vistos pelas estradas de Israel, batalhões estão nas bordas da Faixa de Gaza e a cúpula militar se reuniu para desenhar os próximos passos. Conforme informação também oficial, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, manteve reunião com seus principais assessores de segurança em Tel Aviv: o ministro da Defesa, Yoav Gallant, o ministro de Assuntos Estratégicos, Ron Dermer, o chefe do comando maior das IDF, os diretores do Mossad e do Conselho de Segurança Nacional, entre outras autoridades.
Neste sábado, Netanyahu também visitou as tropas posicionadas nas fronteiras da Faixa de Gaza. Perguntou aos soldados:
— Estão prontos para a próxima fase?
O ministro Gideon Saar, líder do partido conservador Likud, que foi incorporado na semana passada ao chamado governo de união nacional, deu o tom das próximas horas, em entrevista a uma emissora israelense:
— Gaza deverá ser menor ao final da guerra.
Tudo indica que, ao final da operação, uma “zona de segurança” será criada no norte de Gaza. O limite deve ser o rio Wadi Gaza, que praticamente divide ao meio o território. Assim, pela lógica, Israel ocuparia a porção norte da Faixa de Gaza, restringindo a área de atuação do Hamas ao Sul.