Reunidos em São Francisco, nos Estados Unidos, para o evento Cloud Next'23, os executivos e programadores do Google (do Grupo Alphabet) anunciaram nesta terça-feira (29) um pacote de novos produtos voltados para a Inteligência Artificial (IA). Em uma apresentação reservada a alguns veículos de comunicação, da qual GZH participou de forma online, a empresa destacou o interesse em apostar nessa tecnologia, mirando, em um primeiro momento, usuários corporativos, em uma clara concorrência com a Microsoft, que tem o Copilot como sistema de IA integrado ao pacote Office.
A aposta da Alphabet é no Duet AI, o novo assistente de inteligência artificial. O chatbot (programa de computador que tenta simular um ser humano na interação com as pessoas) permitirá ao usuário criar planilhas, apresentações e resumir documentos na versão paga do Workspace, que reúne os aplicativos de trabalho da empresa - ou seja, Gmail, Drive, Apresentações, Documentos e outros.
De todas , a ferramenta mais pop é a que facilita a participação em reuniões virtuais, uma prática que se disseminou durante a pandemia e que permaneceu como hábito em muitas empresas, mesmo depois que a crise de saúde pública global arrefeceu. Para executivos e funcionários que quase não dão conta da agenda lotada de encontros online, o Google Meet terá um dispositivo que irá, certamente, facilitar o dia a dia profissional. Ao se atrasar para uma reunião, por exemplo, a ferramenta poderá mostrar um resumo intermediário do que foi falado para que você. Assim, ao chegar, você pode se atualizar sobre o que aconteceu e entrar no assunto no meio da conversa, sem parecer desinformado.
Outra ferramenta ajudará àquele funcionário responsável por confeccionar a ata de encontros - muito útil, por exemplo, em reuniões de condomínio. Terminado o evento, a IA fará um resumo das anotações, que poderá ser salvo no Google Docs e enviado aos participantes. Caso você não possa comparecer em nenhum momento a uma reunião, será possível utilizar o recurso “Attend for me”, pelo qual a AI fará anotações do início ao fim.
Durante a coletiva de imprensa, os executivos também anunciaram investimentos em segurança contra vazamento de dados da Cloud, a nuvem. A empresa também prometeu cumprir promessas de garantir o desenvolvimento e utilização seguros da IA. Uma das iniciativas tem como objetivo ajudar usuários a identificar imagens manipuladas. A iniciativa promete ser uma arma contra as chamadas "deep fake news", como aqueles vídeos em que o rosto de pessoas são modificados, e os movimentos labiais, sincronizados, resultando, em alguns casos, em uma alteração tão perfeita que, a olho nu, se torna quase impossível perceber que se trata de mentira. As big techs vêm sendo pressionadas a uma maior responsabilidade com o desenvolvimento de IA.
No evento desta terça-feira (29), a Alphabet também anunciou uma parceria com a GM para embarcar recursos de IA em veículos da fabricante de automóveis.
Os principais anúncios do Google
Textos, planilhas e slides
O usuário pode pedir ao assistente para transformar um texto do Docs em apresentação de slides, fazer gráficos e planilhas. O Duet AI também pode responder e-mails, verificar a gramática e mais.
Para se organizar
A ferramenta promete melhor a relação do usuário com os arquivos que guarda, com anotações, por exemplo. O recurso chamado NotebookLM facilita nas buscas, permitindo encontrar documentos antigos salvos no Drive.
Reuniões online
No Meet, o aplicativo de reuniões, será possível ajustar a iluminação e o som usando IA. Um recurso faz anotações em tempo real, resumindo os temas principais tratados no encontro. E, caso você se atrase para a reunião, a ferramenta poderá mostrar um resumo intermediário para que você possa se atualizar sobre o que aconteceu. Será possível ajustar a iluminação do ambiente e a voz por meio de inteligência artificial.
Tradução simultânea
O Google detectará automaticamente quando um participante estiver falando um idioma que não é o seu e criará legendas em tempo real. São 18 línguas, entre elas o português.
Contra "deep fake news"
A empresa também investiu em ferramentas contra a manipulação de imagens, capazes de criar as chamadas "deep fake news". Uma ferramenta vai identificar imagens geradas por máquinas com uma marca d’água digital.