Desde a tarde desta quarta-feira (12), o corredor de acesso ao Anexo I da Câmara dos Deputados, em Brasília, exibe fotografias do interior da boate Kiss, depois do incêndio de 27 de janeiro de 2013. Organizada pela Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), a exposição intitulada “10 anos do massacre da boate Kiss” traz 28 imagens de autoria do fotógrafo Dartanhan Baldez Figueiredo.
— Não foi fácil fazer esses registros, mas são necessários. Elas mostram que realmente foi um massacre — diz Dartanhan, que além de fotógrafo amador é professor aposentado da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
Ele registrou o interior da boate em três ocasiões, acompanhado de pais das vítimas.
— Eu resolvi entrar na boate quando havia a possibilidade de o prédio ser demolido para se fazer um memorial. Fiz questão de registrar aquilo que, já no terceiro dia depois do que chamam tragédia, eu caracterizava como um massacre. A entrada, os registros, as fotos, mostram que morreram 242 jovens somente por conta das condições internas da boate — afirma.
O corredor fica ao lado do Salão Verde, que dá acesso ao plenário da Câmara. As fotos ficarão expostas durante 10 dias.
Desde a semana passada, alguns pais de vítimas do desastre estão em Brasília e devem iniciar uma vigília em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para reivindicar agilidade no julgamento de recurso do Ministério Público do Estado (MP-RS) contra a anulação do júri que condenou, em dezembro de 2021, os quatro réus pela morte dos 242 jovens.