Após o encontro de cerca de uma hora na Casa Branca, nesta sexta-feira (10), os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Joe Biden não deverão fazer declarações conjuntas nem dar entrevistas coletivas.
À delegação brasileira, o governo americano explicou que Biden não costuma dar declarações após receber chefes de Estado. Mas o histórico do presidente americano depõe contra esse argumento já que houve esse momento durante os encontros com o francês Emmanuel Macron e o ucraniano Volodimir Zelensky.
A diplomacia brasileira demonstrou o desejo de que houvesse um comunicado conjunto dos dois presidentes. Mas isso não deve ocorrer.
Uma entrevista de Lula à imprensa brasileira está prevista para ocorrer logo após o encontro, na Blair House.
Essa é uma visita que está sendo abordada como de retomada de elos políticos, depois de um período de "banho maria", nas palavras de um diplomata brasileiro, referindo-se aos dois anos em que Biden e o ex-presidente Jair Bolsonaro, próximo a Donald Trump, mantinham relações distantes.
A viagem também tem caráter diferenciado em relação a outros encontros, onde normalmente há acordos a serem assinados entre os chefes de Estado. Por ocorrer logo no início do mandato do brasileiro, não haverá acertos previstos.
Mesmo a pauta do encontro é bastante aberta, segundo o Itamaraty. Há grandes temas que aparecerão como prioritários na conversa: defesa da democracia, questão ambiental, direitos humanos, agenda econômica, segurança alimentar e energética, guerra na Ucrânia e a situação dos brasileiros nos EUA, comunidade integrada por mais de 2 milhões de pessoas.
Lula chega a Washington por volta das 16h (18h pelo horário de Brasília). O avião da Força Aérea Brasileira deve pousar na base aérea de Andrews, nos arredores da capital americana. O presidente esta acompanhado da primeira-dama, Rosângela Silva, a Janja, e de quatro ministros - Fernando Haddad (Fazenda), Anielle Franco (Igualdade Racial), Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Marina Silva (Ambiente e Mudanças Climáticas). Toda delegação ficará hospedada na Blair House, residência oficial dos convidados do governo americano, ao lado da Casa Branca. A residência oficial permite maior segurança, é uma recomendação do serviço secreto americano uma vez que protestos não são descartados.