O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, divulgou nota negando que renunciaria à pasta. Os rumores de sua saída foram turbinado, via redes sociais, pelo deputado federal André Janones (Avante-MG), na terça-feira (10).
"É completamente falsa a informação que circula nas redes sociais", diz a nota do ministro.
O que há de verdade: há grupos dentro do PT que desejam a saída de Múcio Monteiro sob o argumento de que ele não teria ascendência sobre as Forças Armadas e que seria tutelado pela caserna. D
Desde o início da transição o partido de Luiz Inácio Lula da Silva preferia que a Defesa, um dos mais sensíveis da Esplanada dada a relação de Jair Bolsonaro com os militares, ficasse com o PT. A tensão era tamanha que Defesa e Inteligência foram temas que foram sendo deixados para o último momento. Ao contrário de outras questões, nenhum grupo de trabalho foi criado para discutir a sucessão.
A escolha de Múcio Monteiro foi de Lula, que não pretende mexer com o ministro, segundo interlocutores. Pelo menos por enquanto.
O que não significa que Múcio não esteja desgastado. Ele minimizou o risco representado pelos acampamentos de bolsonaristas em frente aos quartéis e chegou a dizer que tinha amigos e familiares em frente ao QG do Exército em Brasília. O entendimento, no entanto, no governo é que o momento é de mostrar união e força: sua saída poderia ser interpretada como fraqueza e divisão.
Além disso, não há praticamente nomes para subsituí-lo: Múcio Monteiro circula bem entre a esquerda e a direita e é reconhecido pelos oficiais.