O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), Gilberto Petry, saiu com boa impressão do encontro com Luiz Inácio Lula da Silva e Alberto Fernández, ontem à tarde em Buenos Aires. O dirigente estava entre os cerca de 300 empresários brasileiros e argentinos que participaram da reunião na Casa Rosada. Ele vê coincidências entre sua fala, pela manhã, na Unión Industrial Argentina (UIA), e o discurso do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
- O Brasil tem de ser protagonista na América Latina, porque é o país mais forte. Como tal, tem de puxar os demais. A Europa quer nos vender. China também. Nós é que temos de vender, e onde temos mercado maior é aqui, na América Latina - declarou.
Sobre a moeda comum para transações comerciais, Petry lista algumas dificuldades. Uma delas seria as concordâncias dos bancos centrais. Outro entrave, segundo ele, se revelaria na disparidade entre as economias:
- Não pode o Brasil ter 6% de inflação e a Argentina, 94%.
Petry acredita que o caminho mais fácil seria que as empresas dos dois países efetuassem o pagamento em suas moedas nacionais, desde que mais rápido.
- Veja que o euro levou 30 anos, e na Europa, o negócio estava mais ajustado. A moeda comum vai esbarrar em dificuldades - pontuou.