Sabe-se que o ex-presidente Donald Trump tinha como hábito rasgar documentos do governo e jogá-los no vaso sanitário. As fotos constam de um livro que a jornalista Maggie Haberman, do The New York Times, está escrevendo.
Além das imagens, que nesta semana foram cedidas ao portal de notícias Axios, o que comprovam o estranho hábito, um crime, se estivermos falando de documentos "classificados" (confidenciais), são os relatos de funcionários da Casa Branca, que encontravam papel entupindo a descarga.
Mas que tipo de papéis ele teria subtraído do Salão Oval, ao deixar a presidência, em 20 de janeiro de 2021, e levado para a sua mansão de Mar-a-Lago, em Palm Beach, na Flórida? Desde a operação de busca e apreensão realizada pelo FBI (polícia federal americana), na quarta-feira (10), essa é uma indagação que os Estados e o mundo se fazem.
Alguns sinais começam a vazar. Várias caixas foram levadas pelos agentes na ação. Segundo o jornal The Washington Post, constariam documentos relacionados a armas nucleares - não se sabe se dos Estados Unidos ou de outros países. Desde o dia da operação, especula-se que alguns dos papéis versariam sobre os encontros entre Trump e Kim Jong-un, o ditador da Coreia do Norte. As duas informações casam: o americano e o norte-coreano se encontraram algumas vezes para tratar sobre o arsenal atômico de Kim.
Na quinta-feira (11), o secretário de Justiça dos EUA, Merrik Garland, que também atua como procurador-geral, disse que autorizou pessoalmente a operação na casa de Trump. Também afirmou que pretende tornar público o tipo de conteúdo dos documentos que foram apreendidos. Essa não é uma ação usual porque o processo está em andamento. Os advogados de Trump têm até o meio-dia desta sexta-feira (horário de Brasília) para autorizar a divulgação, mas o próprio ex-presidente, reiteradas vezes, disse que é favorável a tornar clara a lista de objetos e documentos apreendidos e a natureza da investigação.
Além de se tratar de documentos sobre armas nucleares, outra suspeita é de que os papéis contenham correspondências que possam envolver Trump e seus apoiadores no episódio da invasão do Capitólio, em 6 de janeiro de 2021.
Os ex-presidentes são obrigados pela Lei de Registros Presidenciais a transferir todas as suas cartas, documentos de trabalho e e-mails para o Arquivo Nacional, agência do governo que preserva os registros presidenciais.