Aos poucos começa a ficar mais claro o cenário político no Reino Unido, depois da renúncia do primeiro-ministro Boris Johnson, anunciada na semana passada.
As regras internas do Partido Conservador para a escolha do sucessor estão definidas: oito candidatos estavam na lista. A primeira rodada de votações ocorreu nesta quarta-feira (13), na qual dois postulantes foram eliminados: Nadhi, Zahawi, ex-secretário de Educação, e Jeremy Hunt, ex-secretário de Relações Exteriores, por não atingirem os 30 votos mínimos necessários para seguir na disputa. Outras rodadas ocorrerão até que restem apenas dois concorrentes. Em seguida, haverá uma votação pelo correio, reservada aos membros do partido. O resultado deve ser anunciado em 5 de setembro. Até lá, Johnson deve permanecer no cargo.
Estão no páreo: Rishi Sunak, ex-secretário de Finanças; Liz Truss, secretária de Relações Exteriores; Penny Mordaunt, com cargo no Departamento de Comércio Exterior; Suella Braverman, procuradora-geral; Tom Tugendhat, presidente da Comissão de Relações Exteriores do parlamento, e o parlamentar Kemi Badenoch. Os mais fortes são Sunak e Liz, figuras proeminentes da gestão de Johnson.
Nesta quarta-feira (13), o premier fez sua primeira aparição no parlamento desde a renúncia.
- Saio de cabeça erguida - afirmou, admitindo, porém, que ele ficou menos tempo do que o esperando no Executivo. - Com absoluta certeza, vou embora em um momento que não escolhi.
Ele defendeu sua atuação no combate à pandemia de covid-19 e o papel do país na guerra na Ucrânia. Mas foi duramente criticado pela oposição. A líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, disse que Johnson estava perdido em suas ilusões e o acusou de não ter uma ideia ou projeto para o Reino Unido.
O próximo primeiro-ministro terá vários desafios: a crise no custo de vida e a inflação, problemas que atingem vários países, e o aumento da tributação, que atinge recordes históricos no Reino Unido devido à pandemia. A guerra na Ucrânia é outro ponto importante. Johnson era um dos mais vocais críticos da Rússia e forte apoiador do governo do presidente ucraniano, Volodimir Zelensky. Ele chegou a visitar duas vezes Kiev, durante o conflito.