Com o envelhecimento da população economicamente ativa, vários governos da Europa, países como Canadá e Austrália, têm buscado mão de obra em áreas como engenharia, tecnologia da informação e saúde em nações em desenvolvimento.
A Alemanha é uma dessas nações. Na área da saúde, o déficit é grande. Projeções do governo informam que, até 2035, o país irá precisar de quase 400 mil enfermeiros, enfermeiras e cuidadores. Em termos gerais, a Alemanha precisa de 500 mil migrantes qualificados por ano para ingressar no mercado de trabalho a fim de manter a economia funcionando. Por conta disso, houve alterações em 2020 na lei de migração, que, antes, era mais restrita.
Em geral, uma mudança de país exige não apenas vontade pessoal. Para evitar que candidatos caiam em ciladas, o Instituo Goethe, representante do governo alemão no Exterior, desenhou o projeto "Pré-Integração no Brasil", cofinanciado pelo Fundo para Asilo, a Migração e a Integração da União Europeia (UE).
A ideia é facilitar o acesso a informações fundamentais e qualificadas para quem deseja trabalhar na Alemanha. No Brasil, o projeto começou em novembro do ano passado, mas ele já existe em nações do Sudeste Asiático e Europeu.
- A gente não tem como pressuposto captar pessoas para trabalhar na Alemanha. A ideia é para pessoas que já tomaram essa decisão ou que estão em vias de. A gente dá informações de fonte seguras, oficiais, para que as pessoas não caiam em ciladas. A gente sabe, que infelizmente, isso é muito comum. A gente não faz propaganda ativa, mas é um serviço gratuito e a gente tem alguns eventos informativos, entrevistas com brasileiros e brasileiras. Damos aconselhamentos individuais. As pessoas podem agendar um horário e serão atendidas por alguém da equipe - explica Carla Pereira, gerente do projeto no Brasil.
Por exemplo, se o interessado ainda não tem uma proposta de emprego, o Pré-Integração do Goethe indica fontes que vão ajudá-lo na busca de um trabalho com segurança e autonomia. O projeto, no entanto, não tem contato com empresas e não faz mediação de trabalho.
Em novembro, o projeto trouxe como palestrante Alessandra Neumüller, brasileira que foi eleita no ano passado vereadora em Marktl Schwaben, na Baviera.
Carla explica que o conhecimento do idioma é importante:
- Não vou dizer que não existam empregos nos quais você fala inglês, mas são nichos. Você pode achar um emprego na área de TI em uma cidade grande, em uma start up, mas não é a regra que você consiga se colocar sem ter um domínio pelo menos intermediário do idioma. e a gente não pode esquecer a importância que a língua tem na sua integração local. Se você não fala o idioma, perde muito da convivência e da compreensão daquele lugar. A língua é o agente principal desse movimento de integração a um novo país.
Ela sugere como dicas um nível de alemão B1 ou B2, mas destaca, que existem muitos programas que pagam a preparação dos selecionados.
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- Ministério do Trabalho alemão Startseite - Bundesagentur für Arbeit