Depois da Áustria, a Alemanha caminha na direção de tornar a vacinação obrigatória para toda a população adulta. O governo do chanceler Olaf Scholz planeja enviar, no início de 2022, um projeto de lei nesse sentido. Para isso, tanto o Executivo quanto os governos regionais pediram uma manifestação do Conselho de Ética da Alemanha, um órgão consultivo cujos membros são nomeados pelo presidente para a formulação de políticas públicas.
Essa entidade, composta por especialistas como médicos, biólogos, advogados e teólogos, se manifestou nesta quarta-feira (22) recomendando a medida. A atual regra no país prevê que apenas profissionais da saúde devem comprovar imunização a partir de março. A obrigatoriedade para todas as pessoas maiores de 18 anos havia sido descartada pela chanceler anterior, Angela Merkel.
A Alemanha vacinou até o momento 69,77% da população com as duas doses (o Brasil registra nesta quarta-feira 66,3%). Nos últimos dias, o país europeu observa o crescimento dos casos, em parte devido à variante Ômicron. "O sistema de saúde alemão está atingindo seus limites em muitos lugares. Variantes virais, como Ômicron, e outras mutações do vírus podem surgir e estão forçando os especialistas a reavaliar constantemente suas estimativas do curso futuro da pandemia", disse o órgão.
Em novembro, a Áustria se tornou o primeiro país da Europa a determinar a obrigatoriedade da vacina para toda a população adulta. A medida valerá a partir de fevereiro. A decisão do governo do chanceler conservador Alexander Schallenberg encontra forte oposição da líderes de extrema-direita, como Herbert Kickl, do Partido da Liberdade (FPO), que chegou a dizer: "A partir de hoje a Áustria é uma ditadura". A Áustria registra 70,13% da população com as duas doses.