Mais uma vez política e futebol são assuntos que se misturam. A torcida do Junior Barranquilla está exigindo a suspensão ou o adiamento do jogo contra o Fluminense, previsto para ocorrer na próxima quinta-feira (6) pela Conmebol Libertadores. Em nota, a organizada Frente Rojiblanco 1998 justifica o protesto chamando o governo de "criminoso e fascista" e promete impedir a entrada dos ônibus no estádio Romelio Martínez.
Mas você sabe o que está ocorrendo na Colômbia?
É que há pelo menos cinco dias o país é sacudido por protestos contra a reforma tributária proposta pelo governo do presidente Iván Duque. Pelo menos 19 pessoas morreram nas manifestações.
Um projeto de lei apresentado pelo governo pretendia o aumento dos impostos sobre renda e produtos básicos, de forma a aumentar a arrecadação tributária e evitar que a dívida colombiana gere perda de mais pontos nas avaliações de risco de agências internacionais. No fundo, trata-se de mais uma crise que expõe a desigualdade social e econômica na América Latina - agravada pela pandemia de coronavírus, que forçou os governos a gastos que oneram as contas do Estado.
O governo defendia a necessidade desse incremento como forma de arrecadar o equivalente a 2% do Produto Interno Bruto (PIB) e sustentar programas sociais implementados durante a pandemia.
A reação do governo aos protestos despertou a atenção da comunidade internacional, que condenou o uso desproporcional de força por agentes do governo para coibir as manifestações.
Diante dos protestos, o governo decidiu retirar o projeto.