Os Estados Unidos ampliaram a lista de Exceções de Interesse Nacional (NIE), o que permitirá, a partir de agora, a entrada em território americano de estudantes brasileiros inscritos em universidades e programas de intercâmbio no país.
Conforme comunicado no site da Embaixada dos Estados Unidos, os estudantes brasileiros com vistos válidos (categorias F e M) e que iniciarão estudos a partir ou depois de 1º de agosto de 2021 poderão viajar ao país sem consultar as representações diplomáticas. Aqueles que necessitam de um visto de estudante devem consultar a página da embaixada ou dos consulados mais próximos. As entrevistas de visto para as categorias dessa exceção devem ser retomadas em maio.
Devido à pandemia, o governo americano estabeleceu um rígido controle de acesso de estrangeiros. A flexibilização vale também para jornalistas. Além de Brasil, são beneficiados viajantes de China, Irã, África do Sul, Reino Unido, Irlanda e das nações signatárias do Tratado de Schengen na Europa.
O comunicado americano atende em parte à reivindicação da Brasa, associação de estudantes brasileiros no Exterior, que, na semana passada, havia enviado ao Itamaraty uma carta pedindo apoio do governo brasileiro para os milhares de alunos que não estavam conseguindo estudar nos EUA devido às restrições impostas no país por causa da pandemia. Os estudantes corriam o risco de perder bolsas de estudo em universidades americanas, mesmo após passarem por rigorosos processos seletivos.
- A princípio, resolve o nosso problema, embora a comunicação ainda seja bem incipiente e pouco clara sobre alguns pontos, como se as pessoas que já estão matriculadas e fazendo seus cursos online entram nessas exceções - diz Rafael Monteforte, presidente da Brasa, que representa 9 mil estudantes. - Ficamos bem animados com a resposta da mobilização e estamos otimistas com os próximos passos. Temos tudo para garantir que ninguém fique sem estudar no próximo semestre por conta de burocracias de visto e/ou viagem - acrescentou.
A flexibilização era também uma demanda das próprias universidades americanas, que enviaram ao Congresso dos EUA uma comunicação pedindo uma solução que facilitasse a viagem dos estudantes internacionais e citando perdas econômicas.
Em nota, o Itamaraty disse que o governo brasileiro recebeu "com satisfação" a decisão americana, que "responde às diferentes gestões realizadas em Brasília e em Washington", pela pasta. Cerca de 16 mil brasileiros estudam nos EUA.