País que lidera a vacinação contra a covid-19, Israel está perto de vacinar 90% da população com ao menos uma dose de imunizante. Nesta terça-feira (23), o ranking da Universidade de Oxford, utilizado pela coluna para comparações entre as diferentes nações, registra acumulado de 87,06 doses para cem habitantes no país do Oriente Médio.
Israel utiliza os produtos da Moderna e da Pfizer/BioNTech, e aplicou até agora 7.535.543 milhões de doses.
Três lições de Israel: planejamento, o país assinou seu primeiro acordo de compra com a Moderna, em junho de 2020, o que ajudou a garantir vacinas mais rapidamente. Além disso, o país também concordou em pagar mais caro para receber uma leva antecipada dos imunizantes - um preço considerado premium, de US$ 47 por duas doses, mais do que União Europeia (UE) e EUA, por exemplo, que pagaram cerca de US$ 38 por duas doses. A segunda lição: o país apostou em mais de um fornecedor. Não esperou apenas pela Moderna, chegando a fazer acordo de compra também com a Pfizer, enquanto buscava desenvolver um imunizante próprio.
O terceiro ponto é a qualidade do serviço público de saúde, dividido em quatro instituições diferentes. São muito eficientes e o financiamento varia conforme a quantidade de clientes - por isso, há competição saudável entre elas para oferecer serviços de qualidade. O sistema é informatizado - os cidadãos recebem mensagens no celular avisando da data e local da vacinação, o que serve para dar celeridade no processo de imunização.
Um aspecto curioso: Israel conseguiu chegar a esse nível de imunização, mesmo em um ambiente político tumultuado no qual o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu é acusado de corrupção e o país se encaminha para a quarta eleição em menos de dois anos.