É pouco provável que haja tempo para um processo como este, estamos a apenas 13 dias da Inauguration (posse de Joe Biden), mas após a violência contra o Capitólio, na quarta-feira (6), alguns empresários e políticos em Washington passaram a defender que seja invocada a 25ª emenda da Constituição para forçar a remoção do presidente Donald Trump do cargo. O motivo alegado seria incapacidade de governar.
Trump, é bom lembrar, já sobreviveu a um processo de impeachment, no ano passado, que passou pela Câmara dos Deputados, mas foi barrado pelo Senado, onde tinha maioria.
O silêncio do vice-presidente Mike Pence nas últimas horas e um possível rompimento com Trump (rumores, por enquanto) reforçaram a especulação.
Para tirar o poder de Trump por incapacidade seria necessário que o vice apoiasse a medida. Também seria exigido que a maioria dos secretários (ministros) que compõem o gabinete do presidente concordassem que o chefe não é mais um nome apropriado para o cargo e, temporariamente, fosse afastado. Caso Trump contestasse a decisão, deveria enviar uma carta ao Congresso. Pence e o gabinete teriam, então, quatro dias para argumentar. Para afastá-lo, em um processo muito mais rápido do que o impeachment, por exemplo, seria necessária maioria absoluta de dois terços das duas casas.
O recuo de Trump na manhã desta quinta-feira (7), afirmando que, embora não concorde com o resultado da eleição, irá fazer a transição, alivia um pouco a pressão.