O dia 6 de janeiro de 2021 ficará para sempre conhecido pelas cenas lamentáveis na maior democracia ocidental.
Imagens de manifestantes invadindo a sede do parlamento são comuns em países que eram conhecidos como de "Terceiro Mundo" ou, de forma pejorativa, chamados de "republiquetas de bananas". Tais imagens, como as desta quarta-feira (6) em Washington, não condizem com a história dos Estados Unidos da América e tampouco com a tradição republicana que inspirou os melhores princípios democráticos mundo afora.
Insuflados por Donald Trump e sua narrativa de faz de conta de rejeitar o resultado da eleição de 3 de novembro, que deu vitória a Joe Biden, os ativistas marcharam em direção ao Capitólio, cercaram o Congresso, furaram o bloqueio policial e ingressaram no prédio.
A ação tem o apoio de grupos do Partido Republicano, mas é importante salientar que se trata de uma minoria barulhenta na legenda. Boa parte dos correligionários de Trump não concorda com esse tipo de tática, que mancha a imagem do partido que elevou à História nomes como Abraham Lincoln, Ulysses Grant e Dwight Eisenhower
Prova de espírito republicano foi dada pelo poderoso senador Mitch McConnel, que foi o líder do governo no Senado durante a era Trump e um dos parlamentares mais próximos do presidente. Diante das tensão e das cenas inacreditáveis deste dia, rejeitou as manobras da Casa Branca, alertando que elas podem levar a democracia americana a uma "espiral mortal".