A votação antecipada é bastante significativa - quase 65 milhões de pessoas já exerceram seu direito presencialmente em seções eleitorais (o que é permitido lá nos Estados Unidos) ou pelo correio, prática em alguns Estados.
Desse total, 31 milhões estão nos chamados battlegrounds, os campos de batalha da eleição, Estados decisivos, que definem o pleito - Flórida, Pensilvânia, Wisconsin e mais uns quatro ou cinco.
Desses 65 milhões totais, 43 milhões (68%) votaram pelo correio, método que o presidente Donald Trump questiona, denuncia como fraude, embora essa prática seja tradicionalmente utilizada nos Estados Unidos há décadas. O próprio republicano já votou, no sábado (24), mas de forma presencial, em uma seção eleitoral de West Palm Beach, Flórida.
O voto pelo correio e o grande número de pessoas votando à distância pode - eu disse pode - favorecer Joe Biden.
Isso porque, em tese, são eleitores que estão evitando se deslocar no dia 3 de novembro, na próxima terça-feira - o dia oficial da eleição - para evitar aglomerações. Os democratas tendem a ser mais cuidadosos com medidas de distanciamento social em razão da pandemia. Mas tudo isso, claro, é tendência... O resultado do voto antecipado só é aberto, contabilizado, depois do fechamento das urnas presenciais no dia da eleição.
Em comparação com 2016, a essa altura do campeonato, apenas 5,9 milhões de eleitores haviam votado por meio dessas duas modalidades antecipadas. Ao todo, naquele ano, 57,2 milhões de americanos exerceram seu direito antes do dia do pleito. O número de 2020 até agora também é muito superior ao pleito de 2004, quando 24,4 milhões optaram por essa modalidade, no total.
Ou seja, aparentemente, há maior engajamento este ano com a eleição - o voto nos EUA não é obrigatório. O comparecimento, em 2016, no total, foi de 128 milhões de eleitores. Para 2020, estima-se que 150 milhões votem até 3 de novembro (incluindo no dia da eleição).
Pesquisas nacionais mostram Biden na frente: segundo o site Real Clear Politics, que contabiliza média das pesquisas, o democrata tem 50,5% da preferência contra 43,2%, diferença de 7,3 pontos percentuais pró-oposição. Pesquisas erram, deram vantagem para Hillary Clinton em 2016, alguns dirão. Vale lembrar: a democrata, de fato, como mostravam os institutos, ganhou no voto popular e perdeu no colégio eleitoral, que é onde realmente importa.
A questão é que, este ano, Biden tem vantagem em alguns Estados decisivos (Wisconsin, Nevada e Pensilvânia) - ou no mínimo há empate técnico (Flórida, Geórgia, Carolina do Norte e Ohio). Pesquisa é recorte momentâneo. Cautela é palavra de ordem a uma semana da eleição.