Na tentativa de rebater as acusações e suspeitas levantadas nas últimas semanas por governos ocidentais, entre eles Estados Unidos, Reino Unido, França e Alemanha, a embaixada da China no Brasil divulgou nesta quarta-feira (29) um texto no qual rebate 12 informações que considera infundadas sobre a origem do coronavírus.
Nas últimas semanas, vários países elevaram a pressão sobre Pequim, questionando a falta de transparência do regime sobre a gestão da covid-19. No documento, a diplomacia chinesa rebate boatos como de que o coronavírus teria sido criado em laboratório de Wuhan: "Todas as evidências indicam que o novo coronavírus se origina da natureza", diz o texto, esclarecendo que "atualmente, a comunidade científica não esclarecer a fonte natural específica deste patógeno e especula que possa estar associado a morcegos e pangolins".
A embaixada chinesa também rejeita as suposições de que a covid-19 tenha se originado de um acidente no laboratório do Instituto de Virologia de Wuhan, como propagado em redes sociais por alguns internautas. "O Laboratório Nacional de Biossegurança do Instituto de Wuhan de Virologia, subordinado à Academia de Ciências, possui um nível certificado de proteção P4 e pode lidar com patógenos mais mortais do mundo", afirma o documento. Os diplomatas chineses salientam que o laboratório fica a cerca de 30 quilômetros do centro de Wuhan e que seria impossível para o vírus deixar o local de "tão alta segurança".
O documento divulgado pela embaixada chinesa no Brasil também rebate acusações de que o governo teria ocultado a verdade sobre a pandemia, afirmando que Pequim "notificou tão cedo quanto possível o público nacional e global" sobre a doença e "tomou as mais rigorosas medidas de prevenção e controle, dando ao resto do mundo pelo menos seis semanas de avanço para se preparar". O texto também reafirma que o país foi "transparente no diagnóstico e no número de mortes por covid-19", rebatendo acusações de que teria ocultado números de infectados e mortes. Essas suspeitas foram reforçadas depois que a China reviu as estatísticas sobre óbitos em Wuhan, aumentando em 50% o total de vítimas.
Sobre as insinuações de que a China estaria auxiliando outros países no combate ao coronavírus em um esforço para expandir sua influência global, Pequim afirmou que "ajuda outros países por motivos humanitários e de solidariedade". Com relação a supostos interesses escusos de ter criado o coronavírus para paralisar a economia ocidental, o governo afirmou que "a economia chinesa está intrinsecamente ligada à economia mundial". Também detalhou números que comprovam o quanto o país também saiu perdendo com a pandemia: "A economia chinesa foi profundamente afetada pela epidemia do novo coronavíros", diz o texto, destacando que, no primeiro trimestre do ano, o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 6,8%, valor mais baixo desde 1992. O país também rejeita acusações de que tenha reaberto os seus mercados de animais selvagens.
Veja a íntegra do documento aqui.