Enquanto tendas de campanha são erguidas no Central Park, em Nova York,a milhares de quilômetros de casa, 4 mil americanos dentro de um dos principais porta-aviões das forças armadas dos Estados Unidos, o USS Theodore Roosevelt, correm perigo.
Conforme a imprensa dos Estados Unidos, pelo menos cem marinheiros a bordo da embarcação estão infectados pelo coronavírus. O comandante do Roosevelt, um porta-aviões nuclear atracado em Guam, uma ilha ao sul do Japão, no Pacífico, pediu autorização à marinha americana para desembarcar os militares doentes. A comunicação entre o capitão Brett Crozier e o comando da marinha foi obtido pelo jornal The San Francisco Chronicle: “A doença continua se estendendo cada vez mais depressa”, escreve o militar.
"Não estamos em guerra. Marinheiros não precisam morrer", teria advertido o comandante.
Crozier afirma que apenas alguns poucos camarotes dos oficiais cumprem condições de garantir o isolamento: “Devido às limitações de espaço inerentes a um navio de guerra, não estamos cumprindo (a quarentena)".
Ele cita como exemplo as medidas tomadas em relação ao navio de cruzeiro Diamond Princess, um dos primeiros focos preocupantes do coronavírus fora da China e que chamou a atenção sobre o perigo da doença em embarcações. O navio estava próximo à costa do Japão, com 3,7 mil pessoas a bordo, quando, em fevereiro, foi detectado um surto entre os passageiros. O comandante cita um artigo científico segundo o qual, graças às medidas de isolamento e desembarque dos passageiros afetados, apenas 619 casos foram confirmados. Sem essas medidas, acredita-se que 79% dos passageiros estariam contaminados.
O Roosevelt participou das principais operações de guerra dos EUA nos últimos anos, entre elas apoio às tropas em terra no Iraque, que atuaram contra o Estado Islâmico.