A fala de Donald Trump sobre a ameaça nuclear iraniana e a crise no Brexit, que nesta terça-feira (24) teve nova reviravolta, ofuscaram a repercussão do pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas.
Nos Estados Unidos, por exemplo, os grandes jornais, como The New York Times e Washington Post, não abordavam a fala do brasileiro até o início desta tarde. O destaque ficou por conta de emissoras de TV.
A rede americana CNN abordou em sua cobertura ao vivo a fala do presidente sobre os incêndios na floresta Amazônica e a questão ambiental: "A Amazônia não está sendo devastada", dizia o título da reportagem, repetindo a frase de Bolsonaro. O texto lembrou que, em agosto, a emissora reportou o aumento do número de focos de incêndios em relação ao ano anterior.
Do outro lado do Atlântico, a rede BBC, de Londres, ecoou as declarações de Bolsonaro sobre a soberania brasileira da floresta: "A floresta Amazônica pertence ao Brasil, diz Jair Bolsonaro".
A emissora lembrou que a política ambiental do governo brasileiro tem sido criticada e destacou a frase do discurso segundo a qual a Amazônia seria território de responsabilidade global:
– É uma falácia dizer que a Amazônia é patrimônio da humanidade e um equívoco, como atestam os cientistas, afirmar que a nossa floresta é o pulmão do mundo.
No país de Emmanuel Macron, a França, o jornal Libération destacou a defesa da soberania nacional feita pelo presidente.
"Bolsonaro à ONU: a Amazônia não é patrimônio da humanidade", afirma o título da reportagem.
O texto destaca que o presidente brasileiro acusou alguns países de se comportarem de maneira "colonial" em relação ao Brasil. Bolsonaro fazia referência a líderes como o presidente Macron e à chanceler alemã, Agela Merkel.
Outro jornal francês, Le Figaro seguiu linha semelhante, destacando a frase de Bolsonaro sobre a Amazônia "não ser patrimônio da humanidade".
O espanhol El País, que fez cobertura ao vivo das primeiras falas na Assembleia Geral, destacou as semelhanças entre os discursos de Bolsonaro e Donald Trump, que falou na sequência do brasileiro:
"Bolsonaro e Trump exibem seu discurso ultranacionalista na Assembleia Geral da ONU", destacou o periódico madrilenho.
A rede árabe Al-Jazeera também repercutiu a fala do presidente, destacando o que Bolsonaro chamou de falácia, ao se referir à Amazônia como patrimônio da humanidade: "O presidente de extrema-direita do Brasil, Jair Bolsonaro, que tem sofrido fortes críticas internacionais por incêndios violentos na Amazônia, disse que a floresta tropical é o território soberano de seu país", diz o texto.