Em discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta terça-feira (24), o presidente norte-americano, Donald Trump, voltou a atacar a ordem global e defendeu que os "globalistas" nunca triunfarão.
— O futuro pertence aos patriotas — afirmou. — O futuro pertence à soberania e às nações independentes que protegem seus cidadãos, respeitam seus vizinhos e honram as diferenças que tornam cada país especial e único — completou.
Trump também criticou a imigração, disse que a vinda de estrangeiros ilegais "mina a prosperidade do país" e acusou as ONGs que ajudam migrantes ilegais.
— Suas políticas são cruéis e más, e ajudam a minar os direitos humanos — disse.
Ele prometeu combater as redes de tráfico internacional e se dirigiu às pessoas que querem imigrar de forma ilegal.
— Não pague coiotes. Não se coloque em perigo. Se você chegar até aqui, será rapidamente enviado de volta para casa. Enquanto eu for presidente, vamos reforçar nossas fronteiras — declarou.
O presidente acusou outros países, especialmente a China, de se beneficiarem das regras do comércio global de modo a prejudicar a economia dos Estados Unidos (EUA) e, especialmente, sua classe média.
— A Organização Mundial do Comércio precisa de mudanças drásticas — defendeu. —Durante anos, estes abusos (no comércio internacional) foram tolerados, ignorados, ou mesmo estimulados — denunciou Trump, questionando novamente a globalização.
Segundo ele, o "globalismo" levou os líderes mundiais a ignorarem seus próprios interesses nacionais.
— Mas, no que diz respeito aos Estados Unidos, esses dias acabaram — frisou.
Além disso, o presidente americano renovou seu compromisso com uma "magnífico acordo" com os britânicos, que se preparam para deixar a União Europeia.
— Estamos trabalhando estreitamente com o primeiro-ministro Boris Johnson em um magnífico acordo comercial — garantiu.
Trump ainda citou a situação em Hong Kong, onde manifestantes protestam contra medidas do governo central, em Pequim.
— A forma como a China lidará com essa situação dirá muito sobre seu papel no mundo no futuro — afirmou.
Houve também ataques ao Irã, chamado de país sanguinário e principal financiador do terrorismo.
— Todas as nações têm o dever de agir. Nenhum governo responsável deveria subsidiar o desejo de sangue do Irã — ressaltou.
A Venezuela também foi citada. O presidente Nicolás Maduro foi chamado de "marionete cubana, protegido por seguranças cubanos".
O presidente atacou o socialismo e disse que esse modelo jamais terá espaço nos EUA.
— A Venezuela nos lembra de que o socialismo e o comunismo não se tratam de justiça, não versam sobre igualdade, nem sobre a ajuda aos pobres (...) O socialismo e o comunismo tratam de uma única coisa: do poder da classe dirigente — completou.
Apesar dos ataques a vários países, Trump disse que seu país, apesar de ter a maior força militar do mundo, prefere que seja melhor não utilizá-la, e que "busca parceiros, não adversários".
Ao final do discurso, o presidente defendeu os direitos LGBT+ e disse que os EUA trabalham para que outros países descriminalizem a homossexualidade. Ele também defendeu a igualdade de pagamento entre homens e mulheres e a liberdade religiosa.
Acompanhe a transmissão ao vivo da Assembleia Geral da ONU
Líderes mundiais seguem discursando (vídeo com áudio original, sem tradução)
Discurso de Bolsonaro
Ao estrear na abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), na manhã desta terça-feira (24), o presidente Jair Bolsonaro usou seu discurso para passar a imagem de um país em reconstrução, após sucessivos governos de esquerda.
Em cerca de 30 minutos de fala, se dedicou a criticar o "viés ideológico" das gestões anteriores e sua suposta tentativa de implantar o socialismo no país, a ressaltar o empenho para preservar a Amazônia sem abrir mão do desenvolvimento econômico da região, a defender a soberania nacional e destacar a abertura do Brasil a parcerias com nações que compartilhem da mesma visão econômica e política.