A presença de células do Hezbollah, grupo extremista libanês, na América Latina é um tema recorrente entre autoridades de segurança. Suas ações na região da Tríplice Fronteira e o envio de dinheiro de comunidades libanesas em Foz do Iguaçu para o Oriente Médio — com potencial para financiar operações — preocupa policiais de vários países.
À medida que se aproxima o 25º aniversário do atentado contra a Associação Mutual Argentina (Amia), em Buenos Aires, em 19 de julho, o debate sobre eventuais movimentações de terroristas, muitos deles "adormecidos" (com viabilidade técnica para voltarem à ação) o tema ressurge.
Os governos dos Estados Unidos e da Argentina convocaram um workshop sobre o combate às atividades terroristas e ilícitas do Hezbollah no Hemisfério Ocidental, que ocorreu em 11 a 12 de junho em Buenos Aires. Agências de aplicação das leis, promotores e profissionais do setor financeiro de Argentina, Chile, Colômbia, Panamá, Paraguai e Peru participaram do evento, assim como representantes da Comunidade de Polícias das Américas (Ameripol).
O foco do workshop foi o modus operandi global do Hezbollah e suas infraestruturas e atividades terroristas e criminosas nas Américas. Os participantes discutiram técnicas para restringir e combater as atividades ilícitas do grupo, incluindo as ferramentas financeiras e policiais disponíveis para identificar, investigar e processar as redes globais de apoio e facilitação do Hezbollah. Os participantes também discutiram as tentativas do Hezbollah de continuar e expandir a captação de recursos no hemisfério ocidental, especialmente à luz da atual pressão financeira sobre o Hezbollah.
Funcionários dos dos departamentos de Estado, Justiça e Tesouro dos Estados Unidos, bem como o Federal Bureau of Investigation (FBI), o Centro Nacional de Contraterrorismo e a Administração de Repressão às Drogas (DEA) também participaram da reunião. No Líbano, o Hezbollah é um partido político reconhecido, o Partido de Deus. Fora, a organização é considerada um grupo terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia (UE).