Juan Guaidó já está na Venezuela. Ele entrou no país nesta segunda-feira (4) pelo Aeroporto Internacional Simón Bolívar, em Maiquetía. Desde cedo, vários militantes e imprensa esperavam sua chegada, mas não havia certeza de que ele ingressaria no território venezuelano pelo aeroporto. Havia possibilidade de cruzar pelas fronteiras com Colômbia e Brasil. Guaidó optou pelo ponto mais difícil, em claro desafio ao regime de Nicolás Maduro.
Membros da Guarda Nacional e do serviço de inteligência (Sebin) estavam no local, mas, até o momento, não há sinais de que será preso.
— Sabemos dos riscos que corremos, isso nunca nos parou. Estamos aqui na Venezuela. Estamos aqui mais fortes — disse o opositor, enquanto seus simpatizantes gritavam "Guaidó, Guaidó!" e "Sim, podemos!", segundo imagens de canais de televisão pela internet.
O embaixador da França, Romain Nadal, declarou à imprensa que um grupo de diplomatas acompanha Guaidó "como testemunhas da democracia e da liberdade"
— Esperamos que não haja nenhuma escalada (de tensão) e que os venezuelanos sejam capazes de chegar a uma solução pacífica e acordada — disse o embaixador da Espanha, Jesús Silva, ao lembrar que Guaidó, chefe da Assembleia Nacional, goza de imunidade parlamentar.
Vestidos de branco, com bandeiras da Venezuela, centenas de seus seguidores se concentram em uma praça do leste da capital, onde um organizador lhes pedia paciência através do microfone.
As marchas começaram ao meio-dia em todo o país, onde nesta segunda-feira é feriado de carnaval.
— Se o regime se atrever a me sequestrar, será sem dúvida um dos últimos erros que cometerá — disse o opositor no domingo à noite, em uma mensagem através das redes sociais.
No vídeo abaixo, fala de Guaidó ainda dentro do avião.
Pelo Twitter, Guaidó afirmou: "Entramos na Venezuela como cidadãos livres, que ninguém nos diga o contrário. Já sentindo meu sol de La Guaira, o brio do povo que nos esperou aqui".
Sua chegada estava anunciada para as 11h (12h em Brasília). Desde o Equador, sua última parada, Guaidó convocou manifestantes a vários atos pelo país.
Uma ordem de prisão proibia Guaidó de sair da Venezuela, mas ele deixou o país em 22 de fevereiro para participar da tentativa de ingresso de ajuda humanitária. Nicolás Maduro havia dito que, se ele voltasse, seria detido.