Em longa entrevista ao editor Paul Lewis, do britânico The Guardian (leia entrevista na íntegra em inglês), o ex-estrategista de Donald Trump explicou as intenções de seu novo grupo político recém-criado, o Movimento, que pretende reunir líderes de extrema-direita mundo afora. É uma espécie de superconsultoria, que pretende dar acesso a dados de pesquisa, análises e conselhos sobre campanhas de mídia social e ajudando na seleção de candidatos.
Em um determinado trecho da conversa, Steve Bannon cita o presidente eleito Jair Bolsonaro. Conforme o editor do Guardian, Bannon disse, em setembro, que estava assessorando o brasileiro:
"Quando Bannon me disse em setembro que estava assessorano Jair Bolsonaro, o ex-oficial militar de extrema-direita que acabou vencendo a corrida presidencial do Brasil, ele se referiu a ele apenas como "paraquedista do Exército". Eu perguntei a Bannon o nome do candidato brasileiro. Ele parecia perplexo, depois respondeu: "Botolini".
Ou seja, Bannon não sabia sequer o nome do candidato que supostamente estaria assessorando.
Não é a primeira vez que Bannon, que foi defenestrado da Casa Branca, cita o Brasil em suas entrevistas para popularizar o Movimento. Ao canal Bloomberg, afirmou: "Eu tenho trabalhado com o establishment do Partido Republicano há nove anos tentando transformar o Partido Republicano em algo mais voltado para a classe trabalhadora, como um partido trabalhista para os trabalhadores e a classe média. Mas nós vemos [também] no Brasil, no Paquistão, está começando na Argentina (…) Eu vejo o que está acontecendo no Brasil como parte desse movimento populista. Acho que vamos ver isso na Ásia, na Austrália”.