A seleção mexicana entrará em campo na segunda-feira contra o Brasil, menos de 24 horas depois de ter ido às urnas para eleger seu novo presidente. E trata-se de uma eleição histórica. Primeiro porque o México é um dos países mais influentes na América Latina. Segundo porque faz fronteira com os Estados Unidos e Donald Trump quer construir um muro no local – e o tema da imigração está muito presente em razão da política de tolerância zero da Casa Branca com os ilegais, que levou a separação de pais e crianças.
Mas o pleito de domingo é um dos mais importantes da história recente mexicana principalmente pelo nome que deve sair eleito: Andrés Manuel López Obrador. O ex-prefeito da Cidade do México tem uma biografia muito parecida com a de Luiz Inácio Lula da Silva, já tentou o cargo três vezes e é um dos principais líderes de esquerda do continente em um país bastante conservador, onde o Partido Revolucionário Institucional (PRI) reinou absoluto por décadas.
A se confirmarem as pesquisas mexicanas, os Estados Unidos terão mais um elemento com que se preocupar. López Obrador tem 51% das intenções de votos, 24 pontos à frente do segundo colocado, Ricardo Anaya (27%). O terceiro, José Antonio Meade, do PRI, tem 19%.
Nos últimos dias, uma paz foi selada entre Obrador e as elites mexicanas — não vão apoiá-lo, mas prometem não complicar seu governo. Ao menos no início. Com relação aos EUA, pode-se esperar tensão em tempos de Trump e muro.
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O podcast "A Copa e o mundo" aborda estes temas, de forma rápida e divertida, com dicas culturais, como livros, filmes e músicas. Antes de cada jogo da Seleção, vamos abordar a política de cada país que o Brasil irá enfrentar.
Na parceria comigo estará o professor de Relações Internacionais da ESPM e UFRGS Fabiano Mielniczuk, especialista em Rússia.
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