Sair do Acordo de Paris. Romper com o Irã. Comprar briga comercial com a China. Instalar a embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém, cidade sagrada para três grandes religiões monoteístas, reivindicada como capital por israelenses e palestinos. Houve outras polêmicas em que Donald Trump se meteu nos últimos meses, mas seu governo ultrapassou alguns limites do humano ao permitir que crianças fossem separadas de seus pais.
Após dias de críticas, o presidente assinou na tarde desta quarta-feira decreto para manter pais e filhos unidos.
– Nós vamos manter as famílias unidas, mas temos que fortalecer nossas fronteiras – declarou antes da ordem executiva.
Em seguida, voltou a ser o Trump de sempre.
– Temos que manter a linha-dura ou nosso país será invadido por pessoas que não deveriam estar no nosso país, pelo crime, por todas as coisas que não queremos.
No final desta tarde, ao assinar o decreto, afirmou:
— Trata-se de manter as famílias unidas. Não me agradou a visão de famílias sendo separadas.
As histórias de crianças sendo separadas de seus pais e as imagens de adolescentes em centros de detenção que mais parecem jaulas se tornaram uma crise de grandes proporções para Trump. As imagens ecoaram na Casa Branca, provocaram críticas em casa, de Melania Trump, e até de Laura Bush, mulher do ex-presidente George W. Bush, um dos casais mais conservadores que os EUA já tiveram.
Trump vinha nas últimas semanas se recusando a acabar com a política de tolerância zero, que levou à separação de mais de 2 mil crianças de seus pais - pelo menos oito brasileiros. A resposta do presidente americano era de que a alternativa seria abrir as fronteiras do pais e permitir que os imigrantes entrassem ilegalmente no país.
Agora, no entanto, Trump, irritado com as fortes críticas, tem buscando uma saída para fugir dessa crise. Recuou.