Considerada por médicos o maior progresso em matéria de saúde pública desde a proibição de fumar em lugares públicos fechados, uma medida entrou em vigor na Escócia para tentar conter os índices de alcoolismo entre a população. Depois de anos de batalha legal, a Escócia estabeleceu, nesta terça-feira, um valor mínimo para bebidas alcoólicas. As informações são da agência de notícias AFP.
O valor mínimo é de 50 pence (R$ 2,45) por unidade de álcool, uma medida que leva em consideração ao mesmo tempo a quantidade de álcool e o volume do produto.
Por exemplo: uma garrafa de 700 ml de uísque não poderá ser vendida por menos de 14 libras esterlinas (R$ 66,8)
Outro exemplo: uma garrafa de 750 ml de vinho, com graduação de 12,5º, custará pelo menos 4,69 libras (R$ 22,38).
Em 2016, 1.265 mortes na Escócia (de 5,3 milhões de habitantes) estavam relacionadas com o consumo de álcool, um aumento de 10% em relação ao ano anterior. A medida entrou em vigor depois de anos de ações na Justiça. No ano passado, o Tribunal Supremo apoiou a iniciativa do governo escocês, ao desconsiderar o recurso apresentado pela Associação do Uísque Escocês (Scotch Whisky Association, SWA) e de outros representantes da indústria.
Sete juízes de Londres declararam, por unanimidade, que o estabelecimento de um preço mínimo é "um meio proporcional para alcançar um objetivo legítimo" e não viola as leis europeias.
Alguns Estados canadenses, Rússia, Belarus e Ucrânia já adotaram medidas semelhantes.