Não houve muito barulho por aqui. Mas, em tempos de fake news e pré-eleição, é curioso o que aconteceu na Malásia. Há poucas semanas, o parlamento do país asiático aprovou uma nova lei para combater notícias falsas. Pela nova legislação, quem espalhar boatos pelas redes sociais pode pegar uma pena de até seis anos de prisão e multa.
A lei provocou polêmica às vésperas da eleição, prevista para o dia 9 de maio. A oposição acusa o governo de silenciar dissidências.
Na segunda-feira, o primeiro réu foi condenado pela nova lei. Trata-se de Salah Selem Sulaiman, cidadão dinamarquês, preso em 23 de abril. A história é estranha. De descendência iemenita, ele estaria no país a turismo. Sulaiman gravo um vídeo e divulgou pelo YouTube. Nele, afirma ter testemunhado o momento em que um cientista ligado ao grupo extremista palestino Hamas foi roubado por dois assaltantes a bordo de uma motocicleta. A vítima levou um tiro. O homem diz ter ligado para a polícia dezenas de vezes, mas que as autoridades teriam demorado a responder. Ele contou que uma ambulância levou mais de uma hora para aparecer.
Sulaiman foi condenado a uma semana de prisão e a pagar uma multa equivalente a quase R$ 9 mil reais. Ele não conhecia pessoalmente a vítima. O condenado disse desconhecer a lei malaia e pediu desculpas. Mas a pena será cumprida.