Para Barack Obama, ele era “o cara”. Para boa parte da imprensa mundial, era o exemplo maior da guinada “progressista” na América Latina na primeira década dos anos 2000. Sob seu governo, Porto Alegre virou reduto das esquerdas durante o Fórum Social Mundial. Pela liderança assumida em fóruns internacionais e porque não é todo dia que um ex-presidente recebe uma ordem de prisão os principais jornais do planeta trazem em suas capas de sites a imagem de Lula e a notícia do despacho do juiz Sergio Moro nesta quinta-feira.
Nos Estados Unidos, a notícia rivaliza com temas como uma grande investigação realizada pelo The New York Times, que levou um ano para desvendar as entranhas do grupo terrorista Estado Islâmico, e a batalha comercial travada pelo governo Donald Trump contra a China. O Washington Post traz como destaque em sua home o título: “Lula mandado para a prisão, mergulhando o Brasil no caos político antes da eleição presidencial”.
Na Europa, o britânico The Guardian afirma no título “Lula do Brasil tem ordem para se render depois de tribunal apoiar prisão”. O jornal destaca o prazo para o ex-presidente se apresentar, até as 17h desta sexta-feira. A também britânica BBC News estabelece relação entre o despacho e a eleição presidencial: “Ele era o favorito para vencer”, diz a reportagem sob o título “Juiz do Brasil manda Lula se entregar na sexta-feira”.
O conservador El País, de Madri, afirma “Juiz ordena imediato ingresso na prisão de Lula da Silva”.
Na França, o jornal conservador Le Figaro traz um título épico: “Lula para a prisão, a queda de um ídolo”, acompanhado de uma grande foto do ex-presidente com a cabeça baixa. Outro periódico francês, o Le Monde, de esquerda, traz como manchete e foto de capa: “Juiz brasileiro emite mandado de prisão contra o ex-presidente Lula”. No texto, destaca: “Lula, presidente de 2003 a 2010, continua sendo o político mais popular do Brasil, apesar de sua condenação e seis outras ações por corrupção contra ele”.