Conversei com três brasileiros que estavam muito próximos do local do atentado em Barcelona. Hospedada no hostel Christopher's Inn, a duas quadras da área onde houve os atropelamentos, Melissa Ortega 41 anos, de Porto Alegre, passou pelas Ramblas cerca de meia hora antes.
– Passei a pé, pela frente do local do atentado. Olhei o lugar e ainda pensei: "Bah, que bonito, tenho de vir aqui depois para conhecer". O local estava lotadíssimo, muitos turistas passando por ali – conta, por telefone.
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Minutos depois, a área, no coração da capital catalã, tornaria-se o mais novo epicentro do terror europeu. Melissa, que está desde domingo na cidade, só soube do atentado quando chegou à Fundação Miró. A prima Patrícia, que mora em Barcelona, enviou uma mensagem via WhatsApp: "Não sai daí porque a cidade estava caótica", escreveu.
– Não acreditei quando ela me falou onde tinha acontecido o atentado. Eu poderia estar ali agora. Meu Deus! – diz.
Melissa é servidora do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS). Ela planeja ir a Nice, na França, no domingo. A cidade também foi alvo de um atentado semelhante semelhante em 14 de julho de 2016.
– Estou nervosa. É horrível! Nunca tinha passado por isso. Antes de viajar, pensei: "Será que pode acontecer esse tipo de atentado? Não, vou tranquila..." Pô, estou aqui e acontece. Eu não tinha mais como voltar (para o hostel), estava ilhada. Não tinha mais ônibus, metrô. Os táxis não estavam parando – relata.
Patrícia também estava perto das Ramblas na hora dos atropelamentos.
– Imediatamente fecharam todas as ruas, o metrô. A sensação é horrível: helicópteros no céu, ambulâncias por todos os lados. As saídas da cidade estão fechadas – diz a gaúcha de 36 anos.
O veterinário Marcelo Pappis, 28 anos, que mora em Barcelona há três meses, estava chegando a uma estação antes da Praça da Catalunya. Por telefone, ele conta:
– Pediram para todo mundo ir pra casa. Amanhã, quando sair, vai saber se não tem uma bomba. É muita polícia que está passando, ainda há muita gente presa nas lojas, porque não as liberaram.