Eu nunca fui de ficar me derretendo por outro clube que não fosse o Grêmio. Sempre achei meio esquisito esse troço de “simpatizar” por outra equipe, principalmente do Brasil. Talvez o meu espírito competitivo não me deixasse levar, apesar de sempre achar muito bacana a ideia da irmandade entre algumas torcidas. Mas confesso pra vocês que, desde 2016, nos embates pelas finais da Copa do Brasil, meu coração amoleceu um pouco pela torcida do Galo.
Eu ainda não tinha visto de perto a irmandade entre as nossas torcidas. A forma que nos receberam foi exatamente como eu penso que o futebol deveria ser: uma grande confraternização entre doidos apaixonados pelos times que torcem, mas que deixam a “rivalidade” apenas dentro de campo.
Comi feijão tropeiro pela primeira vez. Ouvi aquele "sotaquezinho" maravilhoso contando como o Galão da Massa estava se preparando para aquelas finais, uai. E na recepção em Porto Alegre, retribuímos a hospitalidade nas churrascadas pelo Humaitá. Tá, ali meu coração já tinha começado a se derreter, mas como uma boa ariana, a casca é dura demais.
Hoje não teve jeito. Diante de tudo o que estamos vivendo por aqui, o Clube Atlético Mineiro promoveu um treino beneficente para arrecadar fundos que serão destinados ao nosso estado. Mais de 36 mil torcedores compareceram e mais de 600 mil reais foram arrecadados.
Como se não bastasse, a torcida levou as cores da bandeira do Rio Grande do Sul pra arquibancada, o mascote “Galo Doido” tremulou um bandeirão lindo em solidariedade ao RS e o nosso hino ecoou na Arena MRV. Foi um dos gestos mais lindos que eu já vi no meio do futebol.
Agora é oficial: a torcida do Galo derreteu meu coração de vez. Reforçamos o nosso laço pra sempre. Podem ter certeza que faríamos o mesmo por vocês.
Não costumo vestir outras cores, mas depois de tanto carinho, quando esse inferno finalmente acabar, vou comprar uma camisa do Atlético Mineiro pra usar nas peladas das gurias da imprensa.
Obrigada demais, Galão da Massa! Contem conosco também!