Todos conhecemos sua história. Quem ainda não conhecia, ficou sabendo, com a sua morte, todos os detalhes de uma trajetória de muito talento no futebol. Não sei se o esporte brasileiro teve outro treinador com a sua capacidade. Não foi para a Seleção Brasileira pela politicagem da CBF, que em 1978 achou que Cláudio Coutinho, um burocrata, seria melhor. A Argentina ganhou a Copa naquele ano.
Minelli era o treinador que dava espaço para os jogadores formados no clube. Falcão, Batista, Caçapava e Claudião Duarte são alguns nomes que ele colocou no time, sem as esperas incríveis que vemos atualmente, com jovens aguardando por um longo tempo por uma oportunidade.
Cidadão
O que quero transmitir nesta coluna é sobre a sua pessoa e sobre a intimidade que tive ao lado deste profissional e cidadão maravilhoso. Ele me encantava toda vez que conversávamos. Não foram poucas as vezes que tomamos cafés em hotéis, ou em jantares quando estávamos na mesma mesa. Ele me convidava, gostava de mim. A recíproca sempre foi verdadeira. Tinha uma fala mansa, mas forte e firme.
Claro que aprendi muito com Minelli. Até me embriaguei com a sua sabedoria. Foi um ótimo gerente de pessoas, mas também um grande tático. Gostava do futebol ofensivo. Seu time sempre atacava. No Inter, tinha o reforço de Escurinho, que ele usava no segundo tempo e lhe garantia vitórias importantes. Foi campeão por onde passou.
Minelli morreu. Fica para nós as lembranças importantes que vamos carregar para sempre. Grande Minelli. Fui seu amigo, o que muito me orgulha.