O presidente Alberto Guerra se comportou politicamente na sua entrevista. Foi sóbrio, inteligente e pacificador. Até para falar sobre a demissão do ex-vice de futebol, ele deixou claro não estar pronto para polêmicas. Sobre Suárez, Guerra destacou a posição do Grêmio.
Reportou o interesse do jogador em se encontrar com seu médico em Barcelona, mas deixou claro que o atleta só irá depois das partidas decisivas contra o Bahia pela Copa do Brasil.
Não creditou à imprensa o motivo da demissão do ex-vice de futebol e saiu com palavras apaziguadoras. Guerra sabe que o melhor para o clube é não ter discussões, evitar crises e dar prosseguimento a um trabalho que tem sido vitorioso e anima seus torcedores. Posso concluir que foi uma manifestação necessária, sem alarde e buscando a paz.
O futebol do Grêmio está muito bom e teve a participação efetiva de Paulo Caleffi. Seria muito ruim para o presidente expor publicamente quem esteve do seu lado na montagem de um bom time e saindo de uma condução muito ruim que foi o que sobrou da Série B do ano passado.
Guerra se comportou como um algodão entre os cristais. Aliás, como deve ser o comportamento de um presidente de grande clube.
Personalidades
Paulo Caleffi sai por sua personalidade. É daqueles homens com pouca capacidade de negociação. Não leva desaforo para casa. Claro que tem todo direito de ser assim. Cuida da sua vida conforme sua vontade e ninguém tem nada com isto.
Só que, ao comandar o futebol do Grêmio, ele acaba por criar um clima que não interessa. Sempre ter um inimigo para contestar e uma briga para participar pode trazer tumulto para dentro do clube. Caleffi brigou com muitos jornalistas.
Vamos que ele tenha razão, mas mesmo assim está comprometendo seu trabalho. São pessoas que não conseguem viver sem ter conflitos. Personalidades que merecem todo respeito, mas que acabam se inviabilizando ou tendo muitas dificuldades dentro do clube. São pessoas honestas, competentes, mas sem poder de negociação.