O Inter começa a viver esta noite, no alto da Cordilheira do Andes, o caminho para o tri da Libertadores. Confesso que estou vendo no time colorado um sério candidato ao título. Os obstáculos maiores são dois times brasileiros: Flamengo e Palmeiras.
Mas eles também tem dificuldades. O Palmeiras vem de dois vice campeonatos, o Flamengo está com problemas no Carioca e pode estar, brevemente, trocando de treinador. Fora do Brasil não tem time melhor do que o Inter neste momento. Os festejados River e Boca estão num momento de baixa. Times comuns os representam. Ou seja, não podem ser apontados como postulantes ao título pela capacidade técnica.
Claro que tudo que estou escrevendo tem a ver com a teoria. Na prática, muitas vezes o pior elimina o melhor. No entanto, vejo os cuidados especiais que a direção colorada está tomando para fazer desta competição uma prioridade máxima. Em sua estreia o adversário mais forte é a altitude. O campeão boliviano participa pela segunda vez da Libertadores, mas não consigo ver nele um adversário poderoso.
Sem Guerrero, que ficou tentando recuperar sua melhor forma treinando em Porto Alegre, e com dúvida entre Lucas Ribeiro e Zé Gabriel na zaga, e entre Galhardo e Yuri Alberto no comando do ataque, se o Inter não ganhar este jogo não terei nenhuma crítica a fazer. Jogar na altitude é muito complicado.
SEM NOVIDADES — Não existe novidade na politica de futebol do Inter na busca pela valorização dos jovens formados no clube. O time de 1975 e 1976, bicampeão brasileiro com Rubens Mineli como treinador, não ganhou a Libertadores, mas foi um dos melhores da história.
Lá estavam Cláudio Duarte, Caçapava, Jair, Falcão, Escurinho, Carpegiani, Borjão, Batista, entre outros. Com todos estes jogadores formados na base, foi possível montar um time inesquecível pela sua qualidade. Claro que teve reforço. Manga, Figueroa, Marinho, Vacaria, Valdomiro, Lula, Flávio e Dario, foram peças igualmente fundamentais.
Voltar a esta política significa estar perto do sucesso. Digo mais: os jogadores contratados naquela época não seriam contratados nos dias de hoje pela revolução do mercado e a alta do preço dos direitos dos jogadores. Gosto desta política e tenho convicção de que ela dará dinheiro e títulos para os colorados.