Nove jogadores estão escalados para a estreia do Inter na Libertadores. Ao menos, é o que está sinalizado após sete rodadas do Gauchão com o grupo principal e pelas observações do técnico Miguel Ángel Ramírez partida após partida. São duas dúvidas para enfrentar o Always Ready, às 19h15min desta terça-feira, em La Paz, uma na defesa e outra no ataque.
Marcelo Lomba, especialmente depois da lesão de Danilo Fernandes, está garantido no gol. Heitor adaptou-se à lateral, e não há mais a ideia de usar Rodinei, a não ser em emergência, dado que seu contrato se encerra em maio e não haverá renovação. Cuesta é segurança e experiência do lado esquerdo, escudado por Moisés. Rodrigo Dourado mantém a posição na primeira função do meio-campo. Edenilson é a referência técnica. Praxedes saiu na frente de Maurício pela meia esquerda. Na frente, Palacios e Patrick terão sequência.
Assim, restam duas vagas: uma é para ser o companheiro de Cuesta na zaga, a outra, para comandar o ataque. Ramírez terá o treino de hoje para ocupar essas lacunas.
A dúvida para a defesa é mais simples. O técnico terá de escolher entre Zé Gabriel e Lucas Ribeiro. Os dois têm semelhanças, como a juventude e a capacidade de avançar no campo. Dois pontos os diferem. A favor de Zé Gabriel, pesa a boa capacidade de passes verticais. Por ter sido volante no começo da carreira, costuma construir as jogadas por baixo e tem boa capacidade de enxergar companheiros desmarcados. Para Lucas Ribeiro, pesa a jogada aérea. Mais alto, costuma ter mais imposição física nos lances por cima. Além disso, no jogo grande da temporada, o Gre-Nal do Gauchão, foi o preferido.
— A escolha é do treinador. Eu sempre trabalho para dar o meu melhor, independentemente do meu companheiro. Obviamente que venho me entrosando muito tanto com o Lucas quanto com o Zé. Procuramos fazer o melhor daquilo que o treinador vem pedindo — declarou Cuesta, que completou: — São dois jovens que têm um grande futuro e uma grande carreira pela frente. São novos, têm muito a evoluir. Eles têm muita qualidade e fazem o que o nosso treinador quer. São dois zagueiros de qualidade.
Na frente, a escolha é mais complexa. A começar que são três opções: Thiago Galhardo, Yuri Alberto e Paolo Guerrero. São jogadores de características distintas, mas todos reconhecidamente qualificados.
Esses estilos diferentes são tão importantes interferem também na montagem dos demais setores. Ramírez explicou, depois da goleada sobre o Aimoré, que inverteu os lados de Patrick e Palacios porque optou por Galhardo, que é mais técnico e menos trombador, até por sua origem no meio-campo:
— Quando escalamos, tentamos criar associações. Quando há um centroavante como Thiago, preferimos atacantes com as pernas trocadas (destro pela esquerda, canhotos pela direita). Galhardo é um jogador de tabela, de troca de passes. Não é um cabeceador, alguém que receba bola na área. Por isso facilitaria jogadores que viessem para o meio.
Apesar de minimizar a altitude, Ramírez sabe que jogar a quase 4 mil metros acima do nível do mar faz diferença. Nesse caso, a presença de um atacante mais físico, como Yuri Alberto, pode ser mais necessária.
Guerrero ainda não tem condições para jogar 90 minutos, já que voltou há pouco da cirurgia para reconstrução dos ligamentos do joelho, mas sua experiência pode ajudar. Ele é o jogador mais acostumado a atuar na condição extrema da altitude boliviana.